Nos próximos dias, diversas regiões do Brasil enfrentarão uma intensa onda de calor, com a sensação térmica podendo atingir até 70 ºC. Essa previsão, baseada em dados do Núcleo de Climatologia Aplicada da Universidade de São Paulo (USP), alerta para os riscos à saúde, especialmente a desidratação. O corpo humano, ao tentar regular sua temperatura interna através do suor, perde uma quantidade significativa de água, tornando a hidratação essencial.
De acordo com Cristiane Zambolim, cardiologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, os primeiros sinais de desidratação incluem boca seca, aumento da frequência cardíaca, fadiga, sonolência e confusão mental. Esses sintomas indicam que o corpo já está em um estado crítico de desidratação, exigindo uma rápida reposição de líquidos. A entrevista foi dada para o portal G1.
Como manter-se hidratado em dias de calor extremo?
A hidratação deve ser priorizada com o consumo de água. Em condições normais, a quantidade ideal de água é calculada multiplicando o peso corporal por 35 ml. Por exemplo, uma pessoa de 60 kg deve ingerir pelo menos 2.100 ml de água diariamente. No entanto, em dias de calor extremo, essa quantidade deve ser aumentada.
Em situações onde a sensação térmica ultraa os 40 ºC, é recomendado consumir entre 2,5 a 3 litros de água por dia. Além da água, outras bebidas como chás, isotônicos, sucos de frutas naturais e água de coco são alternativas eficazes para manter a hidratação. Alimentos ricos em água, como melancia, morango, melão, abacaxi, manga, kiwi, além de verduras e legumes, também são aliados importantes.
Quais bebidas devem ser evitadas?
Embora algumas bebidas possam parecer refrescantes, como cerveja e café, elas devem ser evitadas em dias de calor intenso. O álcool e a cafeína presentes nessas bebidas contribuem para a desidratação. Bebidas alcoólicas, energéticos e refrigerantes com cafeína exigem um consumo adicional de água para compensar seus efeitos desidratantes.
Por exemplo, após consumir um refrigerante com cafeína, é necessário beber dois copos de água para neutralizar o efeito desidratante. Portanto, a escolha das bebidas durante uma onda de calor deve ser feita com cuidado para evitar complicações de saúde.
Por que o calor extremo afeta mais os jovens?
Curiosamente, o calor extremo pode ser mais perigoso para os jovens do que para os idosos. Isso ocorre porque os jovens tendem a se expor mais ao sol e a praticar atividades físicas intensas, aumentando o risco de desidratação e insolação. Além disso, a percepção de invulnerabilidade pode levar os jovens a negligenciar os cuidados necessários em dias de calor intenso.
Por outro lado, os idosos, embora mais vulneráveis a condições extremas de temperatura, geralmente adotam medidas preventivas com mais frequência, como permanecer em ambientes climatizados e manter uma hidratação adequada. Portanto, é crucial que os jovens sejam conscientizados sobre os riscos do calor extremo e incentivados a adotar práticas seguras.
Medidas preventivas para enfrentar o calor
Para minimizar os efeitos adversos do calor extremo, algumas medidas preventivas podem ser adotadas. É importante evitar a exposição direta ao sol durante as horas mais quentes do dia, preferindo locais sombreados ou climatizados. Vestir roupas leves e de cores claras também ajuda a manter a temperatura corporal.
Além disso, é essencial manter uma hidratação constante, mesmo sem sentir sede, e incluir alimentos ricos em água na dieta diária. Em casos de sintomas de desidratação, como tontura ou fraqueza, é fundamental buscar hidratação imediata e, se necessário, assistência médica.
