A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) concluiu a investigação sobre a morte de Fernanda dos Santos Pereira, 33 anos, assassinada em 17 de junho deste ano, e indiciou Francisco Cicero da Silva, 42, pelo crime de feminicídio. O assassinato ocorreu em uma via pública no bairro Morro da Cruz, em São Sebastião.
Fernanda trabalhava em uma academia no Jardim Botânico e havia obtido uma medida protetiva contra Francisco. Em fevereiro deste ano, ela procurou a Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam) e relatou que o relacionamento de sete anos era marcado por violência doméstica e ameaças.
A vítima apresentou aos policiais prints de conversas com o ex-companheiro, aos quais o Correio teve o. As mensagens mostram uma discussão entre Fernanda e o acusado, na qual Francisco afirma: “Sou cabra que não tenho medo de nada, você sabe disso. Nem tenho medo de morrer, nem de matar, você sabe”. Ele continua dizendo que vai “resolver do meu jeito” e que “vão ter muito o que falar de mim. Quando voltar a Brasília, vou ser notícia nos jornais”. Veja.
Fernanda alegou no registro de ocorrência que a relação chegou ao fim após descobrir que Francisco mantinha um relacionamento com sua irmã. Além disso, eles enfrentavam um ime em relação à divisão de uma loja de salgados em que ambos eram sócios.
O Correio não conseguiu localizar a defesa do indiciado.
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O inquérito policial foi finalizado na última semana e encaminhado ao Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios (MPDFT), que agora tramita no Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT). Inicialmente tratado como homicídio pela 30ª Delegacia de Polícia (São Sebastião), o crime foi posteriormente enquadrado como feminicídio.
No dia do crime, uma testemunha relatou à Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) que ouviu cerca de cinco ou seis disparos de arma de fogo. Em seguida, um carro, que supostamente transportava a vítima, ou em alta velocidade, segundo informações da corporação.
Conforme apurado pelo Correio, a mulher foi socorrida, mas veio a óbito na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de São Sebastião, com duas perfurações: uma na região do coração e outra próxima às costas.
Na ocasião, a irmã da vítima, que optou por conversar com a reportagem sem se identificar, relatou que a família era contra o relacionamento de Fernanda com o ex-companheiro. "A gente lutou tanto para que ela saísse do relacionamento. A minha irmã era uma pessoa maravilhosa, de coração bom, dedicada a tudo: trabalho, filhos, família. Ela ajudava todo mundo. É muito triste", lamenta.