Feminicídio

Vítima de feminicídio, Dayane não denunciou agressões do companheiro

Assassinada por Jovercino Antônio de Oliveira no último sábado (30/3), Dayane Barbosa Carvalho sofria violências e ameaças de morte constantes, mas nunca registrou ocorrências na polícia. Especialista comenta importância da denúncia

 Dayane Barbosa Carvalho foi a quarta vítima de feminicídio do ano -  (crédito:  Reprodução/Redes sociais)
Dayane Barbosa Carvalho foi a quarta vítima de feminicídio do ano - (crédito: Reprodução/Redes sociais)

No último sábado (30/3), Dayane Barbosa Carvalho, 34 anos, foi assassinada pelo companheiro, Jovercino Antônio de Oliveira, 39. Segundo apuração do Correio, o casal estava em processo de separação e vivia em um contexto de agressões físicas constantes e ameaças de morte por parte do marido. Um vizinho, que preferiu não se identificar, afirmou que o crime teria sido motivado por ciúmes. Apesar do histórico de violência, o delegado responsável pelo caso informou que não havia registros de ocorrências anteriores envolvendo o casal, que tinha dois filhos.

A morte de Dayane ocorreu na Fercal, após uma discussão com o companheiro que teria tirado a própria vida em seguida. Com isso, a capital do país chegou ao quarto caso confirmado desde o início do ano.

O casal estava junto há mais de 10 anos, mas as brigas se intensificaram nos últimos três. Segundo a Polícia Civil, ainda não há confirmação da causa da morte, pois não foram encontradas perfurações no corpo. O suspeito foi encontrado morto perto de um córrego, a menos de um quilômetro da casa onde o crime ocorreu.

O velório de Jovercino acontece nesta segunda-feira (31/3). Informações sobre o enterro de Dayane ainda não foram confirmadas

Nesse domingo (31/3), o Núcleo Bandeirante, também vivenciou uma tentativa de feminicídio. Um homem foi preso após esfaquear a companheira no tórax e arrancar seu implante de silicone com uma faca. A PMDF foi acionada para atender a uma ocorrência de violência doméstica e encontrou a vítima gravemente ferida. A mulher, que havia ado recentemente por uma cirurgia plástica, foi levada ao pronto-socorro do Hospital de Base de Brasília. O autor do crime foi detido.

Buscar ajuda

A especialista em direito da mulher e de gênero e assessora no STJ Cristina Tubino explica que o feminicídio é o ato de maior violência contra a mulher e, raramente, ocorre sem que tenha havido outras formas de violência anteriores. "Por essa razão, as mulheres devem estar atentas às outras formas de violência que possam ir escalando. É comum que os atos comecem com violências psicológicas, morais, físicas e se agravem até a morte da mulher", afirma. 

Cristina Tubino recomenda que, em casos de violência ou ameaça, as mulheres busquem imediatamente os órgãos de segurança pública. Se a agressão estiver ocorrendo ou prestes a acontecer, é essencial acionar a Polícia Militar. Além disso, a vítima pode procurar a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM) ou a delegacia mais próxima, que conta com um núcleo de atendimento à mulher. Outra alternativa é recorrer ao Ministério Público do DF para obter apoio e proteção. 

Colaborou Arthur de Souza

 


postado em 31/03/2025 02:00
x