{ "@context": "http://www.schema.org", "@graph": [{ "@type": "BreadcrumbList", "@id": "", "itemListElement": [{ "@type": "ListItem", "@id": "/#listItem", "position": 1, "item": { "@type": "WebPage", "@id": "/", "name": "In\u00edcio", "description": "O Correio Braziliense (CB) é o mais importante canal de notícias de Brasília. Aqui você encontra as últimas notícias do DF, do Brasil e do mundo.", "url": "/" }, "nextItem": "/ciencia-e-saude/#listItem" }, { "@type": "ListItem", "@id": "/ciencia-e-saude/#listItem", "position": 2, "item": { "@type": "WebPage", "@id": "/ciencia-e-saude/", "name": "Ciência e Saúde", "description": "Fique por dentro sobre as últimas novidades, pesquisas e análises ", "url": "/ciencia-e-saude/" }, "previousItem": "/#listItem" } ] }, { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": "/ciencia-e-saude/2022/08/5028890-boca-seca-inflamacao-e-lesoes-na-lingua-estao-entre-as-sequelas-da-covid-19.html", "name": "Boca seca, inflamação e lesões na língua estão entre as sequelas da covid-19", "headline": "Boca seca, inflamação e lesões na língua estão entre as sequelas da covid-19", "description": "", "alternateName": "Pandemia", "alternativeHeadline": "Pandemia", "datePublished": "2022-08-14-0306:00:00-10800", "articleBody": "<p class="texto">Fadiga, dor muscular e problemas de memória são sintomas bem documentados da pós-covid. Agora, pesquisas começam a apontar que a síndrome, que chega a afetar mais de 50% dos pacientes, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), também tem manifestações na cavidade oral. Sensação de boca seca, inflamação e lesões na língua e na mucosa, entre outros, foram alguns sinais detectados na fase pós-infecção e que podem aumentar a lista das sequelas associadas ao Sars-CoV-2.</p> <p class="texto">Para compreender melhor o cenário, um grupo multicêntrico liderado por pesquisadores da Universidade de Brasília (UnB) está avaliando cerca de 300 artigos, selecionados entre mais de 1,7 mil publicações, que apresentam evidências dos sintomas odontológicos pós-covid. Trata-se da mesma equipe de cientistas que publicou, anteriormente, duas revisões de artigos sobre as manifestações orofaciais durante a infecção, como alterações no paladar e lesões semelhantes a herpes e aftas.</p> <p class="texto">"Agora, nosso foco é a covid longa, em um cenário pós-vacina. São realidades completamente diferentes", define Eliete Neves da Silva Guerra, professora titular do Departamento de Odontologia da Faculdade de Saúde da Universidade de Brasília (UnB) e uma das líderes do projeto. O resultado do estudo será publicado, ainda neste ano, na revista Journal of Dental Research.</p> <p class="texto">A pesquisadora conta que esperava relatos de xerostomia (boca seca) e disfunções gustativas, mas se surpreendeu ao encontrar, também, ocorrências de paralisia de Bell — enfraquecimento muscular repentino de um dos lados da face — e de líquen plano oral, uma inflamação no interior da boca que provoca manchas brancas e vermelhas que podem ser dolorosas. No segundo caso, é possível atribuir o sintoma às alterações do sistema imunológico na pós-covid, quando o organismo continua produzindo células de defesa contra o vírus mesmo quando ele não está mais presente, explica Eliete Neves da Silva Guerra. Isso desencadeia a reação autoimune, caracterizada pelo processo inflamatório.</p> <p class="texto">Já a paralisia de Bell pode ser consequência do tropismo viral, ou seja, a propensão que o patógeno tem de infectar alguns tipos celulares — nesse caso, células do sistema nervoso central. Um dos estudos avaliados pela equipe foi publicado na revista Jama, da Associação Médica Norte-Americana, e também encontrou casos do tipo depois da vacinação para covid-19, mas em um percentual menor, explica a cirurgiã-dentista Juliana Amorim dos Santos, doutoranda da Faculdade de Ciências da Saúde da UnB. "A incidência em pessoas que tiveram a covid foi seis vezes maior, comparadas às que tomaram a vacina", diz a pesquisadora.</p> <p class="texto"><div> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2022/08/14/saude-26228157.jpg" width="1200" height="625" layout="responsive" alt="Saúde covid-19"></amp-img> <figcaption>CORREIO BRAZILIENSE - <b>Saúde covid-19</b></figcaption> </div></p> <h3>Necrose</h3> <p class="texto">Segundo a cirurgiã-dentista, também foram identificados casos de osteonecrose da mandíbula pós-covid. Um estudo de instituições egípcias publicado recentemente no The British Medical Journal Infection Diseases, incluído na meta-análise da UnB, relatou 14 complicações do tipo. Nessa lesão, muitas vezes dolorosa, o osso da mandíbula fica exposto, exigindo a realização imediata de uma cirurgia. A possível associação com o Sars-CoV-2 não é explicada pelo vírus nem a doença em si, mas pelo tratamento da covid. "Os pacientes desses casos fizeram uso de corticoides e de um anticorpo monoclonal que podem explicar a necrose", diz Juliana Amorim dos Santos.</p> <p class="texto">Na Polônia, pesquisadores da Universidade Médica de Varsóvia encontraram outros sintomas na cavidade oral, com diferentes durações e severidade, em pacientes curados da infecção. Em um artigo publicado no European Journal of Dentistry, os autores contam que, das 1.256 pessoas incluídas no estudo — todas elas previamente infectadas pelo coronavírus — , 32% apresentaram descoloração, ulcerações e sangramentos na mucosa oral, 29,69% tiveram micose na língua, 25,79% desenvolveram lesões semelhantes à afta no palato duro e 12,5% tiveram um tipo de inflamação labial.</p> <p class="texto">Durante a consulta, 60% dos pacientes relataram distúrbios salivares no início da infecção, sendo que, para 6,7% deles, a condição durou até quatro meses depois que os outros sintomas desapareceram. "Os idosos com comorbidades, as pessoas que tiveram covid mais graves e os pacientes que foram hospitalizados apresentaram lesões mais extensas e graves na cavidade oral que persistiram por muito tempo após a infecção", escreveram os autores do artigo.</p> <p class="texto"><div class="galeria-cb"> <amp-carousel class="carousel1" layout="fixed-height" height="300" type="slides"> <div class="slide"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2022/08/12/juliana-26222232.jpg" class="contain" layout="fill" alt="cirurgiã-dentista Juliana Amorim dos Santos, doutoranda da Faculdade de Ciências da Saúde da UnB. " width="685" height="470"></amp-img> <figcaption class="fonte"> Arquivo pessoal - <b>cirurgiã-dentista Juliana Amorim dos Santos, doutoranda da Faculdade de Ciências da Saúde da UnB. </b> </figcaption> </div> <div class="slide"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2022/08/12/eliete-26222215.jpg" class="contain" layout="fill" alt="Eliete Neves da Silva Guerra, professora titular do Departamento de Odontologia da Faculdade de Saúde da Universidade de Brasília (UnB)" width="685" height="470"></amp-img> <figcaption class="fonte"> Arquivo pessoal - <b>Eliete Neves da Silva Guerra, professora titular do Departamento de Odontologia da Faculdade de Saúde da Universidade de Brasília (UnB)</b> </figcaption> </div> </amp-carousel> </div></p> <h3>Tensão</h3> <p class="texto">"O estresse também é um importante fator a ser considerado quando pensamos nos efeitos bucais tardios da covid-19", destaca a especialista em periodontia Elisa Grillo Araújo, pesquisadora do Hospital Universitário da Universidade de Brasília (HUB) e responsável técnica da clínica Perio´life. "Lidar com as sequelas da doença e as incertezas envolvidas, os prejuízos econômicos e a pressão no trabalho pode aumentar a ocorrência de bruxismo e/ou apertamento dos dentes, causando fratura e perda dentária, condição cuja frequência aumentou muito durante a pandemia. Portanto, o estado mental do paciente também deve ser considerado", recomenda.</p> <p class="texto">A dentista afirma que, além do estresse, dos efeitos adversos das medicações e do estado de inflamação consequente da infecção, outros mecanismos fisiopatológicos podem ajudar a elucidar as complicações e sequelas bucais pós-covid. "Além do dano celular direto, outra via sugerida que leva a complicações da infecção por covid-19 a longo prazo é o estado de desregulação imunológica. A imunidade comprometida pode levar a infecções oportunistas, reativação de vírus latente, como herpes, ou até mesmo exacerbar condições bucais preexistentes", diz.</p> <p class="texto">Por isso, Elisa Grillo Araújo reforça a necessidade de acompanhamento dos pacientes. "Muitas vezes, as lesões bucais são subestimadas dada a situação, com a atenção voltada para outros sintomas mais graves. Mas o não acompanhamento dessas lesões bucais pode ter consequências indesejadas que comprometem o estado geral do paciente."</p>", "isAccessibleForFree": true, "image": [ "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fmidias.correiobraziliense.com.br%2F_midias%2Fjpg%2F2022%2F08%2F12%2F1200x800%2F1_eliete-26222215.jpg", "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fmidias.correiobraziliense.com.br%2F_midias%2Fjpg%2F2022%2F08%2F12%2F1000x1000%2F1_eliete-26222215.jpg", "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fmidias.correiobraziliense.com.br%2F_midias%2Fjpg%2F2022%2F08%2F12%2F820x547%2F1_eliete-26222215.jpg" ], "author": [ { "@type": "Person", "name": "Paloma Oliveto", "url": "/autor?termo=paloma-oliveto" } ], "publisher": { "logo": { "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fimgs2.correiobraziliense.com.br%2Famp%2Flogo_cb_json.png", "@type": "ImageObject" }, "name": "Correio Braziliense", "@type": "Organization" } }, { "@type": "Organization", "@id": "/#organization", "name": "Correio Braziliense", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "/_conteudo/logo_correo-600x60.png", "@id": "/#organizationLogo" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/correiobraziliense", "https://twitter.com/correiobraziliense.com.br", "https://instagram.com/correio.braziliense", "https://www.youtube.com/@correiobraziliense5378" ], "Point": { "@type": "Point", "telephone": "+556132141100", "Type": "office" } } ] } { "@context": "http://schema.org", "@graph": [{ "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Início", "url": "/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Cidades DF", "url": "/cidades-df/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Politica", "url": "/politica/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Brasil", "url": "/brasil/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Economia", "url": "/economia/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Mundo", "url": "/mundo/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Diversão e Arte", "url": "/diversao-e-arte/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Ciência e Saúde", "url": "/ciencia-e-saude/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Eu Estudante", "url": "/euestudante/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Concursos", "url": "http://concursos.correioweb.com.br/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Esportes", "url": "/esportes/" } ] } 2b6l4z

Boca seca z491j inflamação e lesões na língua estão entre as sequelas da covid-19
Pandemia

Boca seca, inflamação e lesões na língua estão entre as sequelas da covid-19 4m475e

Começam a surgir análises mais consolidadas sobre as sequelas odontológicas e orais da infecção pelo Sars-CoV-2. Pesquisadores da Universidade de Brasília investigam essas complicações e se surpreendem com relatos de problemas de mastigação a paralisia repentina do rosto 5u1m4l

Fadiga, dor muscular e problemas de memória são sintomas bem documentados da pós-covid. Agora, pesquisas começam a apontar que a síndrome, que chega a afetar mais de 50% dos pacientes, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), também tem manifestações na cavidade oral. Sensação de boca seca, inflamação e lesões na língua e na mucosa, entre outros, foram alguns sinais detectados na fase pós-infecção e que podem aumentar a lista das sequelas associadas ao Sars-CoV-2.

Para compreender melhor o cenário, um grupo multicêntrico liderado por pesquisadores da Universidade de Brasília (UnB) está avaliando cerca de 300 artigos, selecionados entre mais de 1,7 mil publicações, que apresentam evidências dos sintomas odontológicos pós-covid. Trata-se da mesma equipe de cientistas que publicou, anteriormente, duas revisões de artigos sobre as manifestações orofaciais durante a infecção, como alterações no paladar e lesões semelhantes a herpes e aftas.

"Agora, nosso foco é a covid longa, em um cenário pós-vacina. São realidades completamente diferentes", define Eliete Neves da Silva Guerra, professora titular do Departamento de Odontologia da Faculdade de Saúde da Universidade de Brasília (UnB) e uma das líderes do projeto. O resultado do estudo será publicado, ainda neste ano, na revista Journal of Dental Research.

A pesquisadora conta que esperava relatos de xerostomia (boca seca) e disfunções gustativas, mas se surpreendeu ao encontrar, também, ocorrências de paralisia de Bell — enfraquecimento muscular repentino de um dos lados da face — e de líquen plano oral, uma inflamação no interior da boca que provoca manchas brancas e vermelhas que podem ser dolorosas. No segundo caso, é possível atribuir o sintoma às alterações do sistema imunológico na pós-covid, quando o organismo continua produzindo células de defesa contra o vírus mesmo quando ele não está mais presente, explica Eliete Neves da Silva Guerra. Isso desencadeia a reação autoimune, caracterizada pelo processo inflamatório.

Já a paralisia de Bell pode ser consequência do tropismo viral, ou seja, a propensão que o patógeno tem de infectar alguns tipos celulares — nesse caso, células do sistema nervoso central. Um dos estudos avaliados pela equipe foi publicado na revista Jama, da Associação Médica Norte-Americana, e também encontrou casos do tipo depois da vacinação para covid-19, mas em um percentual menor, explica a cirurgiã-dentista Juliana Amorim dos Santos, doutoranda da Faculdade de Ciências da Saúde da UnB. "A incidência em pessoas que tiveram a covid foi seis vezes maior, comparadas às que tomaram a vacina", diz a pesquisadora.

CORREIO BRAZILIENSE - Saúde covid-19

Necrose 3i3e6y

Segundo a cirurgiã-dentista, também foram identificados casos de osteonecrose da mandíbula pós-covid. Um estudo de instituições egípcias publicado recentemente no The British Medical Journal Infection Diseases, incluído na meta-análise da UnB, relatou 14 complicações do tipo. Nessa lesão, muitas vezes dolorosa, o osso da mandíbula fica exposto, exigindo a realização imediata de uma cirurgia. A possível associação com o Sars-CoV-2 não é explicada pelo vírus nem a doença em si, mas pelo tratamento da covid. "Os pacientes desses casos fizeram uso de corticoides e de um anticorpo monoclonal que podem explicar a necrose", diz Juliana Amorim dos Santos.

Na Polônia, pesquisadores da Universidade Médica de Varsóvia encontraram outros sintomas na cavidade oral, com diferentes durações e severidade, em pacientes curados da infecção. Em um artigo publicado no European Journal of Dentistry, os autores contam que, das 1.256 pessoas incluídas no estudo — todas elas previamente infectadas pelo coronavírus — , 32% apresentaram descoloração, ulcerações e sangramentos na mucosa oral, 29,69% tiveram micose na língua, 25,79% desenvolveram lesões semelhantes à afta no palato duro e 12,5% tiveram um tipo de inflamação labial.

Durante a consulta, 60% dos pacientes relataram distúrbios salivares no início da infecção, sendo que, para 6,7% deles, a condição durou até quatro meses depois que os outros sintomas desapareceram. "Os idosos com comorbidades, as pessoas que tiveram covid mais graves e os pacientes que foram hospitalizados apresentaram lesões mais extensas e graves na cavidade oral que persistiram por muito tempo após a infecção", escreveram os autores do artigo.

Arquivo pessoal - cirurgiã-dentista Juliana Amorim dos Santos, doutoranda da Faculdade de Ciências da Saúde da UnB.
Arquivo pessoal - Eliete Neves da Silva Guerra, professora titular do Departamento de Odontologia da Faculdade de Saúde da Universidade de Brasília (UnB)

Tensão 4h2x2i

"O estresse também é um importante fator a ser considerado quando pensamos nos efeitos bucais tardios da covid-19", destaca a especialista em periodontia Elisa Grillo Araújo, pesquisadora do Hospital Universitário da Universidade de Brasília (HUB) e responsável técnica da clínica Perio´life. "Lidar com as sequelas da doença e as incertezas envolvidas, os prejuízos econômicos e a pressão no trabalho pode aumentar a ocorrência de bruxismo e/ou apertamento dos dentes, causando fratura e perda dentária, condição cuja frequência aumentou muito durante a pandemia. Portanto, o estado mental do paciente também deve ser considerado", recomenda.

A dentista afirma que, além do estresse, dos efeitos adversos das medicações e do estado de inflamação consequente da infecção, outros mecanismos fisiopatológicos podem ajudar a elucidar as complicações e sequelas bucais pós-covid. "Além do dano celular direto, outra via sugerida que leva a complicações da infecção por covid-19 a longo prazo é o estado de desregulação imunológica. A imunidade comprometida pode levar a infecções oportunistas, reativação de vírus latente, como herpes, ou até mesmo exacerbar condições bucais preexistentes", diz.

Por isso, Elisa Grillo Araújo reforça a necessidade de acompanhamento dos pacientes. "Muitas vezes, as lesões bucais são subestimadas dada a situação, com a atenção voltada para outros sintomas mais graves. Mas o não acompanhamento dessas lesões bucais pode ter consequências indesejadas que comprometem o estado geral do paciente."

três perguntas para 3y5f2z

Celso Augusto Lemos Júnior, professor da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo (USP) e membro da diretoria da Sociedade Brasileira de Pesquisa Odontológica (SBPqO) 2t2d3d

As manifestações orais durante a infecção pelo Sars-Cov foram bem documentadas. É possível que, após a cura, pacientes possam desenvolver sintomas orais associados ao vírus? 5d2171

Sim, é possível, e a cada dia mais trabalhos de pesquisa são publicados sobre esse assunto. Manifestações orais da covid-19 foram observadas durante o período agudo da doença, relacionadas à própria infecção ou às medidas terapêuticas adotadas, como alteração de paladar, ulcerações orais inespecíficas, descamação da gengiva, petéquias na mucosa oral e infecções oportunistas, como a candidíase. Hoje em dia, a preocupação dos profissionais de saúde tem se voltado para as consequências dos sintomas pós-covid-19. Os estudos têm demonstrado uma maior prevalência de determinados sintomas, tais como xerostomia (sensação de boca seca), sialoadenites (inflamação das glândulas salivares), lesões na superfície da língua, dores crônicas e doenças periodontais, além de infecções fúngicas oportunistas. Ainda há um considerável grau de incerteza se esses sintomas estão necessariamente associados à consequência da covid ou mesmo aos tratamentos utilizados nos sobreviventes. Portanto, ainda vamos precisar de algum tempo de estudos e pesquisas que possam caracterizar com maior exatidão quais seriam as manifestações orais na pós-covid.

A infecção pode alterar, de forma crônica, a microbiota da região? 5i471l

Não há dados publicados até o momento que consigam provar alteração relevante na microbiota oral. Pode-se supor que, se existirem essas alterações, elas deverão ocorrer em pacientes que tiveram manifestação grave da covid, incluindo, aí, fatores como longo tempo de internação e uso de múltiplas drogas por muito tempo.

Do ponto de vista clínico, como deve ser o acompanhamento dos pacientes que tiveram covid? 364i4d

O atendimento de rotina na odontologia parece ser suficiente até o momento, segundo os dados publicados. Porém, os cuidados necessários de higiene devem ser mantidos com atenção e ajustados a cada paciente. Caso o paciente venha a se queixar de sintomas que não apresentava antes da covid, o cirurgião dentista deverá ser procurado para que se possa investigar de maneira minuciosa a possível relação. Por exemplo, em casos de xerostomia (queixa de boca seca), sensibilidade alterada das mucosas orais e gengivites que não cedam aos cuidados normais de escovação e fio dental.