{ "@context": "http://www.schema.org", "@graph": [{ "@type": "BreadcrumbList", "@id": "", "itemListElement": [{ "@type": "ListItem", "@id": "/#listItem", "position": 1, "item": { "@type": "WebPage", "@id": "/", "name": "In\u00edcio", "description": "O Correio Braziliense (CB) é o mais importante canal de notícias de Brasília. Aqui você encontra as últimas notícias do DF, do Brasil e do mundo.", "url": "/" }, "nextItem": "/diversao-e-arte/#listItem" }, { "@type": "ListItem", "@id": "/diversao-e-arte/#listItem", "position": 2, "item": { "@type": "WebPage", "@id": "/diversao-e-arte/", "name": "Diversão e Arte", "description": "Celebridades — Famosos — artes — televisão — streaming ", "url": "/diversao-e-arte/" }, "previousItem": "/#listItem" } ] }, { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": "/diversao-e-arte/2025/05/7154930-o-legado-que-sebastiao-salgado-deixa-para-o-mundo.html", "name": "O legado que Sebastião Salgado deixa para o mundo", "headline": "O legado que Sebastião Salgado deixa para o mundo", "description": "", "alternateName": "Obituário", "alternativeHeadline": "Obituário", "datePublished": "2025-05-24T06:00:00Z", "articleBody": "<p class="texto">Em fevereiro do ano ado, em entrevista sobre a exposição que preparava para o Instituto Moreira Salles (IMS), <a href="/esportes/2025/05/7154674-morre-aos-81-anos-sebastiao-salgado-um-dos-icones-da-fotografia-mundial.html" target="_self">Sebastião Salgado</a> avisou: "Fotógrafo não se aposenta". Foi com esse espírito incansável para registrar o mundo que o brasileiro, nascido em Aimorés (MG) em 1944, construiu um dos arquivos mais importantes da história da fotografia mundial para deixar um legado humanista e necessário numa era de urgências climáticas e sociais. Sebastião Salgado morreu ontem, aos 81 anos, em Paris. A causa da morte não foi revelada, mas o fotógrafo sofria há anos em decorrência de uma malária adquirida nos anos 1990, em uma de suas viagens. Ele deveria comparecer hoje a um vernissage organizado para inaugurar os vitrais feitos pelo filho Rodrigo para uma igreja na cidade de Reims (França). Salgado, que também é pai de Juliano, já havia cancelado um encontro com jornalistas durante a semana por problemas de saúde. </p> <p class="texto"><strong><a href="https://whatsapp.com/channel/0029VaB1U9a002T64ex1Sy2w">Siga o canal do Correio no WhatsApp e receba as principais notícias do dia no seu celular</a></strong></p> <p class="texto"><strong>Leia também:</strong> <a href="/mundo/2025/05/7154806-sebastiao-salgado-10-fotos-que-contam-sua-intensa-relacao-com-amazonia.html" target="_self">Sebastião Salgado: 10 fotos que contam sua intensa relação com Amazônia</a></p> <p class="texto">O fotógrafo morava em Paris desde o fim da década de 1960. Foi na capital sa, na qual fez um doutorado em Economia, que ele trocou a carreira de economista pela de fotógrafo. Como funcionário da Organização Internacional do Café (OIC), fazia viagens constantes à África e, de lá, trazia imagens feitas com a câmera da mulher, Lélia Wanick. Foi apenas uma questão de tempo para mergulhar completamente no mundo do fotojornalismo e se tornar referência nas agências Sygma, Gamma e na lendária Magnum, que abrigou nomes como Henri Cartier-Bresson e Robert Doisneau. Foi de Salgado uma das fotos do atentado contra Ronald Reagan, então presidente dos Estados Unidos, que circulou pelo mundo inteiro em 1979. O brasileiro havia sido designado pela Magnum para documentar os 100 primeiros dias do governo Reagan e captou o momento dos tiros disparados por John Hinckley Jr. em um atentado que entrou para a história da política norte-americana. </p> <p class="texto">Salgado escolheu o continente no qual nasceu para realizar o primeiro grande projeto dedicado ao registro das injustiças do mundo, a única pauta constante em toda a trajetória do fotógrafo. A América Latina foi o território retratado no livro Outras Américas, um ensaio realizado ao longo de sete anos de viagens iniciadas em 1977 pelo Nordeste do Brasil, Chile, Bolívia, Peru, Equador, Guatemala e México em busca dos rostos e modos de vida do que o jornalista Alan Riding, no prefácio da publicação, chamou de "mundo dos destituídos". </p> <p class="texto"><strong>Leia também: </strong><a href="/brasil/2025/05/7154628-sebastiao-salgado-so-fotografos-tem-direito-de-duvidar.html" target="_self">Sebastião Salgado: "Não sou artista. Só fotógrafos têm direito de duvidar"</a></p> <p class="texto">Em seguida, Salgado se voltaria para a África com outro projeto monumental: Sahel, o homem em pânico, fruto de um ano de peregrinação ao norte do continente para registrar o desastre de uma seca histórica. O impacto das imagens, que saíam em livros mas também ganhavam salas de museus e galerias, levou o nome do fotógrafo brasileiro para o topo da lista dos mais importantes fotojornalistas do planeta. Os projetos, sempre longos, eram também uma maneira de encarar o ofício do fotógrafo. "Para fotografar qualquer coisa, você precisa de um tempo. Existe um tempo da fotografia. As coisas, pode ser que elas aconteçam para você no pouco tempo que você teve para elas, mas é necessário você dar muito tempo para que aconteçam. O tempo da fotografia é um tempo muito mais lento do que a gente está acostumado", disse ao Correio em 2014, em entrevista sobre a exposição Gênesis, que ocupou o Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB).</p> <p class="texto">Com Trabalhadores, realizado entre 1986 e 1992, ele se voltou para o trabalho manual árduo que ainda está na base da sobrevivência de milhares de pessoas em todo o planeta. São desse ensaio as imagens do formigueiro humano em Serra Pelada que rodam o mundo e causam espanto até hoje. "Quando estava fazendo Trabalhadores, vi que estava fazendo o fim da primeira grande revolução industrial na mão de obra. Era a chegada das máquinas inteligentes substituindo o homem, um desemprego massivo na linha de produção na Europa. Era algo extraordinário. Tomei a decisão de fotografar o fim dessa primeira grande revolução e vi que a indústria pesada, de aço, do automóvel estava saindo daqui e ia se fixar no Brasil, na China, em países com grande quantidade de mão de obra barata e matéria prima", contou ao Correio, em entrevista concedida em 2022.</p> <p class="texto">Êxodos, sobre os deslocamentos e migrações humanas provocados por tragédias como as guerras, a fome e os desastres ambientais, viria em seguida, no fim do século 20, como um prenúncio para Gênesis, no qual Salgado se voltou para os locais mais recônditos da Terra, numa tentativa generosa de mostrar o quão urgente é proteger o planeta. "Gênesis mudou a minha percepção. Eu fotografava o ser humano, tinha uma preocupação com as coisas do ser humano e achava que só ela tinha importância. Eu estava completamente mergulhado na minha espécie. A grande transformação na minha vida foi que descobri, através do Instituto Terra e depois do Gênesis, que a minha espécie é tão importante quanto todas as outras. E são milhares de espécies que compõem essa unidade que é o nosso universo, essa é a diferença pra mim", revelou em 2014, em entrevista ao Correio.</p> <p class="texto">A Amazônia foi o último grande projeto do fotógrafo, que fez da causa humana e ambiental um modo de vida. "Tive a oportunidade imensa, quando fui fazer Gênesis, de conhecer uma grande parte do lado prístino do nosso planeta e isso me levou à Amazônia", contou, em 2022, em entrevista sobre a exposição resultante do projeto. "E trabalhei com várias tribos na Amazônia brasileira. Mas, vendo o que estava acontecendo na Amazônia, vi que estava tendo um avanço imenso na destruição da floresta, principalmente vindo da periferia para o centro. Como brasileiro, com preocupação imensa com as comunidades indígenas, resolvi dedicar um pouco da minha vida a fotografar a Amazônia".</p> <p class="texto"><strong>Leia também:</strong> <a href="/brasil/2025/05/7154722-salgado-explorou-as-profundezas-da-realidade-diz-embaixada-sa.html" target="_self">Sebastião Salgado explorou as profundezas da realidade, diz Embaixada da França</a></p> <p class="texto"> Em 1998, Salgado e Lélia começaram a restaurar a floresta de Mata Atlântica de uma fazenda da família em Aimorés (MG) que, ao longo de décadas, havia sido destruída para dar lugar a plantações. A recuperação trouxe de volta a biodiversidade e a vida animal e vegetal da região e semeou o caminho para a fundação do Instituto Terra, dedicado à transformação da bacia do Rio Doce em uma área sustentável. "Não estou seguro que o ser humano vai sobreviver, mas não tenho mais uma preocupação se ele vai sobreviver ou não. Não tenho mais essa decepção que eu tive quando terminei o Êxodus, onde eu estava totalmente concentrado só no ser humano. Hoje, não é importante se o ser humano terminar, o importante é que o planeta vai se refazer das mazelas que criamos nele, vai reconstituir o desequilíbrio que nossa espécie provocou", disse o fotógrafo.</p> <p class="texto">Leia mais nas páginas 20, 21 e 22</p> <p class="texto"><a href="/webstories/2025/04/7121170-canal-do-correio-braziliense-no-whatsapp.html">/webstories/2025/04/7121170-canal-do-correio-braziliense-no-whatsapp.html</a></p> <p class="texto"><div class="read-more"> <h4>Saiba Mais</h4> <ul> <li> <a href="/diversao-e-arte/2025/05/7153866-coldplay-suspende-turne-e-cancela-shows-no-brasil-em-2025.html"> <div class="words"> <strong>Diversão e Arte</strong> <span>Coldplay suspende turnê e cancela shows no Brasil em 2025</span> </div> </a> </li> <li> <a href="/diversao-e-arte/2025/05/7154794-marisa-monte-e-gilberto-gil-lancam-nova-versao-da-musica-a-paz.html"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/png/2025/05/23/image001-52613876.png?20250523144239" alt="" width="150" height="100"></amp-img> <div class="words"> <strong>Diversão e Arte</strong> <span>Marisa Monte e Gilberto Gil lançam nova versão da música 'A paz'</span> </div> </a> </li> <li> <a href="/diversao-e-arte/2025/05/7154733-corpo-urgencia-apresenta-serie-de-pecas-gratuitamente-na-vila-telebrasilia.html"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2025/05/23/jtk_2129-52608530.jpg?20250523140019" alt="" width="150" height="100"></amp-img> <div class="words"> <strong>Diversão e Arte</strong> <span>Corpo Urgência apresenta série de peças gratuitamente na Vila Telebrasília</span> </div> </a> </li> </ul> </div><br /> <br /></p>", "isAccessibleForFree": true, "image": [ "https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2025/05/23/1200x801/1_cbpfot010920140219-52623526.jpg?20250523162229?20250523162229", "https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2025/05/23/1000x1000/1_cbpfot010920140219-52623526.jpg?20250523162229?20250523162229", "https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2025/05/23/800x600/1_cbpfot010920140219-52623526.jpg?20250523162229?20250523162229" ], "author": [ { "@type": "Person", "name": "Nahima Maciel", "url": "/autor?termo=nahima-maciel" } ], "publisher": { "logo": { "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fimgs2.correiobraziliense.com.br%2Famp%2Flogo_cb_json.png", "@type": "ImageObject" }, "name": "Correio Braziliense", "@type": "Organization" } }, { "@type": "Organization", "@id": "/#organization", "name": "Correio Braziliense", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "/_conteudo/logo_correo-600x60.png", "@id": "/#organizationLogo" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/correiobraziliense", "https://twitter.com/correiobraziliense.com.br", "https://instagram.com/correio.braziliense", "https://www.youtube.com/@correio.braziliense" ], "Point": { "@type": "Point", "telephone": "+556132141100", "Type": "office" } } ] } { "@context": "http://schema.org", "@graph": [{ "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Início", "url": "/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Cidades DF", "url": "/cidades-df/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Politica", "url": "/politica/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Brasil", "url": "/brasil/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Economia", "url": "/economia/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Mundo", "url": "/mundo/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Diversão e Arte", "url": "/diversao-e-arte/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Ciência e Saúde", "url": "/ciencia-e-saude/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Eu Estudante", "url": "/euestudante/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Concursos", "url": "/euestudante/concursos/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Esportes", "url": "/esportes/" } ] } 6e37

O legado que Sebastião Salgado deixa para o mundo 2p6f34
Obituário

O legado que Sebastião Salgado deixa para o mundo 15j3b

A morte de Sebastião Salgado deixa o mundo órfão de um olhar que colocava em primeiro plano a urgência de mirar a destruição e a tragédia humana 3p525h

Em fevereiro do ano ado, em entrevista sobre a exposição que preparava para o Instituto Moreira Salles (IMS), Sebastião Salgado avisou: "Fotógrafo não se aposenta". Foi com esse espírito incansável para registrar o mundo que o brasileiro, nascido em Aimorés (MG) em 1944, construiu um dos arquivos mais importantes da história da fotografia mundial para deixar um legado humanista e necessário numa era de urgências climáticas e sociais. Sebastião Salgado morreu ontem, aos 81 anos, em Paris. A causa da morte não foi revelada, mas o fotógrafo sofria há anos em decorrência de uma malária adquirida nos anos 1990, em uma de suas viagens. Ele deveria comparecer hoje a um vernissage organizado para inaugurar os vitrais feitos pelo filho Rodrigo para uma igreja na cidade de Reims (França). Salgado, que também é pai de Juliano, já havia cancelado um encontro com jornalistas durante a semana por problemas de saúde. 

Siga o canal do Correio no WhatsApp e receba as principais notícias do dia no seu celular

Leia também: Sebastião Salgado: 10 fotos que contam sua intensa relação com Amazônia

O fotógrafo morava em Paris desde o fim da década de 1960. Foi na capital sa, na qual fez um doutorado em Economia, que ele trocou a carreira de economista pela de fotógrafo. Como funcionário da Organização Internacional do Café (OIC), fazia viagens constantes à África e, de lá, trazia imagens feitas com a câmera da mulher, Lélia Wanick. Foi apenas uma questão de tempo para mergulhar completamente no mundo do fotojornalismo e se tornar referência nas agências Sygma, Gamma e na lendária Magnum, que abrigou nomes como Henri Cartier-Bresson e Robert Doisneau. Foi de Salgado uma das fotos do atentado contra Ronald Reagan, então presidente dos Estados Unidos, que circulou pelo mundo inteiro em 1979. O brasileiro havia sido designado pela Magnum para documentar os 100 primeiros dias do governo Reagan e captou o momento dos tiros disparados por John Hinckley Jr. em um atentado que entrou para a história da política norte-americana. 

Salgado escolheu o continente no qual nasceu para realizar o primeiro grande projeto dedicado ao registro das injustiças do mundo, a única pauta constante em toda a trajetória do fotógrafo. A América Latina foi o território retratado no livro Outras Américas, um ensaio realizado ao longo de sete anos de viagens iniciadas em 1977 pelo Nordeste do Brasil, Chile, Bolívia, Peru, Equador, Guatemala e México em busca dos rostos e modos de vida do que o jornalista Alan Riding, no prefácio da publicação, chamou de "mundo dos destituídos". 

Leia também: Sebastião Salgado: "Não sou artista. Só fotógrafos têm direito de duvidar"

Em seguida, Salgado se voltaria para a África com outro projeto monumental: Sahel, o homem em pânico, fruto de um ano de peregrinação ao norte do continente para registrar o desastre de uma seca histórica. O impacto das imagens, que saíam em livros mas também ganhavam salas de museus e galerias, levou o nome do fotógrafo brasileiro para o topo da lista dos mais importantes fotojornalistas do planeta. Os projetos, sempre longos, eram também uma maneira de encarar o ofício do fotógrafo. "Para fotografar qualquer coisa, você precisa de um tempo. Existe um tempo da fotografia. As coisas, pode ser que elas aconteçam para você no pouco tempo que você teve para elas, mas é necessário você dar muito tempo para que aconteçam. O tempo da fotografia é um tempo muito mais lento do que a gente está acostumado", disse ao Correio em 2014, em entrevista sobre a exposição Gênesis, que ocupou o Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB).

Com Trabalhadores, realizado entre 1986 e 1992, ele se voltou para o trabalho manual árduo que ainda está na base da sobrevivência de milhares de pessoas em todo o planeta. São desse ensaio as imagens do formigueiro humano em Serra Pelada que rodam o mundo e causam espanto até hoje. "Quando estava fazendo Trabalhadores, vi que estava fazendo o fim da primeira grande revolução industrial na mão de obra. Era a chegada das máquinas inteligentes substituindo o homem, um desemprego massivo na linha de produção na Europa. Era algo extraordinário. Tomei a decisão de fotografar o fim dessa primeira grande revolução e vi que a indústria pesada, de aço, do automóvel estava saindo daqui e ia se fixar no Brasil, na China, em países com grande quantidade de mão de obra barata e matéria prima", contou ao Correio, em entrevista concedida em 2022.

Êxodos, sobre os deslocamentos e migrações humanas provocados por tragédias como as guerras, a fome e os desastres ambientais, viria em seguida, no fim do século 20, como um prenúncio para Gênesis, no qual Salgado se voltou para os locais mais recônditos da Terra, numa tentativa generosa de mostrar o quão urgente é proteger o planeta. "Gênesis mudou a minha percepção. Eu fotografava o ser humano, tinha uma preocupação com as coisas do ser humano e achava que só ela tinha importância. Eu estava completamente mergulhado na minha espécie. A grande transformação na minha vida foi que descobri, através do Instituto Terra e depois do Gênesis, que a minha espécie é tão importante quanto todas as outras. E são milhares de espécies que compõem essa unidade que é o nosso universo, essa é a diferença pra mim", revelou em 2014, em entrevista ao Correio.

A Amazônia foi o último grande projeto do fotógrafo, que fez da causa humana e ambiental um modo de vida. "Tive a oportunidade imensa, quando fui fazer Gênesis, de conhecer uma grande parte do lado prístino do nosso planeta e isso me levou à Amazônia", contou, em 2022, em entrevista sobre a exposição resultante do projeto. "E trabalhei com várias tribos na Amazônia brasileira. Mas, vendo o que estava acontecendo na Amazônia, vi que estava tendo um avanço imenso na destruição da floresta, principalmente vindo da periferia para o centro. Como brasileiro, com preocupação imensa com as comunidades indígenas, resolvi dedicar um pouco da minha vida a fotografar a Amazônia".

Leia também: Sebastião Salgado explorou as profundezas da realidade, diz Embaixada da França

 Em 1998, Salgado e Lélia começaram a restaurar a floresta de Mata Atlântica de uma fazenda da família em Aimorés (MG) que, ao longo de décadas, havia sido destruída para dar lugar a plantações. A recuperação trouxe de volta a biodiversidade e a vida animal e vegetal da região e semeou o caminho para a fundação do Instituto Terra, dedicado à transformação da bacia do Rio Doce em uma área sustentável. "Não estou seguro que o ser humano vai sobreviver, mas não tenho mais uma preocupação se ele vai sobreviver ou não. Não tenho mais essa decepção que eu tive quando terminei o Êxodus, onde eu estava totalmente concentrado só no ser humano. Hoje, não é importante se o ser humano terminar, o importante é que o planeta vai se refazer das mazelas que criamos nele, vai reconstituir o desequilíbrio que nossa espécie provocou", disse o fotógrafo.

Leia mais nas páginas 20, 21 e 22

/webstories/2025/04/7121170-canal-do-correio-braziliense-no-whatsapp.html


 

Mais Lidas 3n625k

Carlos Moura/CB - 31/08/2014. Crédito: Carlos Moura/CB/D.A Press. Brasil. Brasilia - DF. Entrevista com o fotografo Sebastião Salgado, que está na cidade com a exposição: Genesis, no Centro Cultural Banco do Brasil - CCBB. Caption
Carlos Moura/CB - 31/08/2014. Crédito: Carlos Moura/CB/D.A Press. Brasil. Brasilia - DF. Entrevista com o fotografo Sebastião Salgado, que está na cidade com a exposição: Genesis, no Centro Cultural Banco do Brasil - CCBB.
Carlos Moura/CB - 31/08/2014. Crédito: Carlos Moura/CB/D.A Press. Brasil. Brasilia - DF. Entrevista com o fotografo Sebastião Salgado, que está na cidade com a exposição: Genesis, no Centro Cultural Banco do Brasil - CCBB.
Carlos Moura/CB - 31/08/2014. Crédito: Carlos Moura/CB/D.A Press. Brasil. Brasilia - DF. Entrevista com o fotografo Sebastião Salgado, que está na cidade com a exposição: Genesis, no Centro Cultural Banco do Brasil - CCBB.
Carlos Moura/CB - 31/08/2014. Crédito: Carlos Moura/CB/D.A Press. Brasil. Brasília - DF. Entrevista com o fotógrafo Sebastião Salgado, que está na cidade com a exposição: Genesis, no Centro Cultural Banco do Brasil - CCBB.
Carlos Moura/CB - 31/08/2014. Crédito: Carlos Moura/CB/D.A Press. Brasil. Brasilia - DF. Entrevista com o fotografo Sebastião Salgado, que está na cidade com a exposição: Genesis, no Centro Cultural Banco do Brasil - CCBB.