{ "@context": "http://www.schema.org", "@graph": [{ "@type": "BreadcrumbList", "@id": "", "itemListElement": [{ "@type": "ListItem", "@id": "/#listItem", "position": 1, "item": { "@type": "WebPage", "@id": "/", "name": "In\u00edcio", "description": "O Correio Braziliense (CB) é o mais importante canal de notícias de Brasília. Aqui você encontra as últimas notícias do DF, do Brasil e do mundo.", "url": "/" }, "nextItem": "/economia/#listItem" }, { "@type": "ListItem", "@id": "/economia/#listItem", "position": 2, "item": { "@type": "WebPage", "@id": "/economia/", "name": "Economia", "description": "Medidas econômicas, finanças, negócios estão em destaque no Correio Braziliense ", "url": "/economia/" }, "previousItem": "/#listItem" } ] }, { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": "/economia/2020/08/4867193-entrevista---joe-valle-empresario-e-produtor-rural.html", "name": "Orgânico é o novo normal, avalia Joe Valle, dono da Malunga ", "headline": "Orgânico é o novo normal, avalia Joe Valle, dono da Malunga ", "description": "", "alternateName": "", "alternativeHeadline": "", "datePublished": "2020-08-08-0307:00:00-10800", "articleBody": "<p class="texto">Ex-presidente da Câmara Legislativa do Distrito Federal e empresário no ramo de produtos orgânicos, Joe Valle, acredita que a pandemia do novo coronavírus deu mais força à “onda orgânica”. Ele afirma que o consumidor está cada vez mais atento à origem dos alimentos e à cadeia produtiva que levou aquele artigo até a gôndola. Nesse cenário em transformação, Valle acredita que o governo atua mal em relação ao desmatamento, tema diretamente ligado ao agronegócio. Ele é particularmente duro com o ministro da Economia, Paulo Guedes. “O ministro precisa voltar para a escola para entender como as coisas funcionam”, disparou Valle. Leia, a seguir, os principais trechos da entrevista de Joe Valle ao <em>CB.Agro</em> — parceria do<strong> Correio</strong> e da <strong>TV Brasília</strong>.</p> <p class="texto"><strong>Durante a pandemia, os brasileirosaram a comprar mais produtos orgânicos. Estamos dando prioridade a uma alimentação mais saudável?</strong><br />O brasileiro está realmente priorizando a boa alimentação, e isso é extremamente importante e positivo — se é que é possível dizer algo de positivo nesta pandemia. Temos visto isso no mundo inteiro: o crescimento na busca por alimentos mais saudáveis. As pessoas estão se preocupando mais com a qualidade dos alimentos e aumentando a busca por produtos mais saudáveis, como é o caso dos orgânicos. Normalmente, as pessoas se preocupam com sua saúde e da sua família. Esse, geralmente, é o primeiro encontro com o produto orgânico. Depois, vem a preocupação com a sustentabilidade, termos condições de continuar neste planeta. Essa pandemia aflora isso na nossa vida, mostra que temos de estar preocupados com o coletivo. Quando o consumidor busca o produto orgânico na gôndola, ele imagina essa cadeia produtiva virtuosa.</p> <p class="texto"><strong>Antes, o consumo de orgânicos era a jovens e vegetarianos. A onda se espalhou?</strong><br />Com certeza. É uma onda para todos. Em todos os lugares, as pessoas querem comida saudável e conhecer a origem dos alimentos. Há um movimento no agronegócio em buscar a sustentabilidade. E em todos os lugares é possível encontrar opções de orgânicos, com preços íveis. O novo normal é comer orgânico em todos os lugares.</p> <p class="texto"><strong>Os alimentos orgânicos têm ganhado espaço no mercado?</strong><br />À medida em que se oferecem produtos em escala e eles começam a ter preços melhores, todo mundo vai querer consumir orgânico. Se eu tiver dois produtos do mesmo preço, as pessoas vão preferir o orgânico. O que a gente vai sentir daqui para frente é que, com a tecnologia, com a qualidade, aumento de escala, os preços dos orgânicos devem cair. Os convencionais têm a tendência de bater num piso. Não há como baixar o preço, porque começa a dar prejuízo. E os próprios produtores convencionais vão buscar uma conversão para o orgânico, já que a questão dos bioinsumos está aí. Com a tecnologia, todo o processo coopera para que tudo se transforme em orgânico.</p> <p class="texto"><strong>Qual o tamanho da produção de orgânicos no DF?</strong><br />O Distrito Federal produz em torno de 300, 400 toneladas de orgânicos por mês. É pouco. Dá pra crescer mais — e tem crescido. Hoje, boa parte dos produtos vem de fora, de São Paulo, do Paraná. Na questão da agroindústria, especificamente, temos uma ou duas agroindústrias de orgânicos no Distrito Federal. A gente tem que trabalhar para que se avance para o caminho da sustentabilidade. Quando se fala em verduras, frutas e legumes, 90% do que é consumido no DF são produzidos localmente.</p> <p class="texto"><strong>Como está a questão do crédito para o campo? E os empregos?</strong><br />Temos dados de um aumento em torno de 10 a 12% de número de vagas do agro. Nós somos esse Brasil rural, todos nós temos uma origem rural. Isso é legal, é bacana, dá orgulho. Em relação ao crédito, o governo está acertando e pode acertar mais. Precisa colocar dinheiro na mão de quem produz e também de quem consome. Acho muito importante essa iniciativa do auxílio de R$ 600. Tem que botar dinheiro na mão dos produtores, porque eles empregam e isso gera receita, que gera consumo, e isso volta. No crédito, o BRB tem feito um bom trabalho aqui no DF. Já no crédito cooperativo, acho que o Sicoob CrediBrasília tem feito um excelente trabalho, colocando recurso à disposição do produtor.</p> <p class="texto"><strong>O Brasil ainda tem vergonha da vocação agrícola. Por quê?</strong><br />Acho que é por causa da questão das commodities. É preciso agroindustrializar todo esse processo. Se a gente pensar bem, o sonho de Juscelino Kubitschek era esse. Num primeiro momento, era construir Brasília. Mas, num segundo momento, era trazer toda a agroindústria para cá. É o momento de fazer isso efetivamente, já que o governo tem trabalhado nesse sentido. Temos 40 milhões de pessoas precisando de emprego, e há um setor espeficamente vocacionado para esse processo. E sem derrubar mais um pé de árvore. Não é preciso derrubar mais nada.</p> <p class="texto"><strong>O ministro Paulo Guedes disse para investidores americanos que os EUA desmataram. Concorda com o posicionamento dele?</strong><br />O ministro Guedes precisa voltar pra escola para entender as coisas. É um cara bom, mas não sabe do que está falando. A gente tem uma rede mundial de produtores. Um francês falou pra mim que não compra mais do Brasil porque estamos desmatando a Amazônia. Tem que parar de falar bobagem. Não dá pra ficar brigando. Esse é o nosso objetivo, desmatamento zero.</p> <p class="texto"><strong>O desmatamento na Amazônia aumentou. Como vê essa questão?</strong><br />Isso é uma imbecilidade completa, uma falta de senso. Porque nós já temos a tecnologia de pesquisa. A Embrapa, para mim, é a melhor do mundo, tem toda a tecnologia para que a gente possa fazer essas pastagens degradadas, milhões de pastagens degradadas. Essa lógica do desmatamento não faz sentido, não precisa mais disso, é desmatamento zero por 50 anos. Se a gente fizer isso e usar 10% dessas pastagens degradadas que existem, isso tem que ter um programa de governo, tem que parar com esses conflitos envolvendo desmatamento.</p> <p class="texto"><strong>*Estagiário sob a supervisão de Carlos Alexandre de Souza</strong></p>", "isAccessibleForFree": true, "image": [ "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fmidias.correiobraziliense.com.br%2F_midias%2Fjpg%2F2020%2F08%2F08%2Fpri_0808_0901_l_21_cor_g-6213925.jpg", "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fmidias.correiobraziliense.com.br%2F_midias%2Fjpg%2F2020%2F08%2F08%2Fpri_0808_0901_l_21_cor_g-6213925.jpg", "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fmidias.correiobraziliense.com.br%2F_midias%2Fjpg%2F2020%2F08%2F08%2F820x547%2F1_pri_0808_0901_l_21_cor_g-6213925.jpg" ], "author": [ { "@type": "Person", "name": "Israel Medeiros*", "url": "/autor?termo=israel-medeiros*" } ], "publisher": { "logo": { "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fimgs2.correiobraziliense.com.br%2Famp%2Flogo_cb_json.png", "@type": "ImageObject" }, "name": "Correio Braziliense", "@type": "Organization" } }, { "@type": "Organization", "@id": "/#organization", "name": "Correio Braziliense", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "/_conteudo/logo_correo-600x60.png", "@id": "/#organizationLogo" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/correiobraziliense", "https://twitter.com/correiobraziliense.com.br", "https://instagram.com/correio.braziliense", "https://www.youtube.com/@correiobraziliense5378" ], "Point": { "@type": "Point", "telephone": "+556132141100", "Type": "office" } } ] } { "@context": "http://schema.org", "@graph": [{ "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Início", "url": "/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Cidades DF", "url": "/cidades-df/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Politica", "url": "/politica/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Brasil", "url": "/brasil/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Economia", "url": "/economia/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Mundo", "url": "/mundo/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Diversão e Arte", "url": "/diversao-e-arte/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Ciência e Saúde", "url": "/ciencia-e-saude/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Eu Estudante", "url": "/euestudante/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Concursos", "url": "http://concursos.correioweb.com.br/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Esportes", "url": "/esportes/" } ] } 3g41z

Orgânico é o novo normal 181d4x avalia Joe Valle, dono da Malunga

Orgânico é o novo normal, avalia Joe Valle, dono da Malunga 2gj23

Dono da Malunga, a maior rede de produtos agrícolas biológicos do Brasil, comenta sobre os efeitos da pandemia nos hábitos alimentares brasileiros. E considera rudimentar a visão do governo, em particular do ministro Paulo Guedes, sobre desmatamento c4a5j

Ex-presidente da Câmara Legislativa do Distrito Federal e empresário no ramo de produtos orgânicos, Joe Valle, acredita que a pandemia do novo coronavírus deu mais força à “onda orgânica”. Ele afirma que o consumidor está cada vez mais atento à origem dos alimentos e à cadeia produtiva que levou aquele artigo até a gôndola. Nesse cenário em transformação, Valle acredita que o governo atua mal em relação ao desmatamento, tema diretamente ligado ao agronegócio. Ele é particularmente duro com o ministro da Economia, Paulo Guedes. “O ministro precisa voltar para a escola para entender como as coisas funcionam”, disparou Valle. Leia, a seguir, os principais trechos da entrevista de Joe Valle ao CB.Agro — parceria do Correio e da TV Brasília.

Durante a pandemia, os brasileirosaram a comprar mais produtos orgânicos. Estamos dando prioridade a uma alimentação mais saudável?
O brasileiro está realmente priorizando a boa alimentação, e isso é extremamente importante e positivo — se é que é possível dizer algo de positivo nesta pandemia. Temos visto isso no mundo inteiro: o crescimento na busca por alimentos mais saudáveis. As pessoas estão se preocupando mais com a qualidade dos alimentos e aumentando a busca por produtos mais saudáveis, como é o caso dos orgânicos. Normalmente, as pessoas se preocupam com sua saúde e da sua família. Esse, geralmente, é o primeiro encontro com o produto orgânico. Depois, vem a preocupação com a sustentabilidade, termos condições de continuar neste planeta. Essa pandemia aflora isso na nossa vida, mostra que temos de estar preocupados com o coletivo. Quando o consumidor busca o produto orgânico na gôndola, ele imagina essa cadeia produtiva virtuosa.

Antes, o consumo de orgânicos era a jovens e vegetarianos. A onda se espalhou?
Com certeza. É uma onda para todos. Em todos os lugares, as pessoas querem comida saudável e conhecer a origem dos alimentos. Há um movimento no agronegócio em buscar a sustentabilidade. E em todos os lugares é possível encontrar opções de orgânicos, com preços íveis. O novo normal é comer orgânico em todos os lugares.

Os alimentos orgânicos têm ganhado espaço no mercado?
À medida em que se oferecem produtos em escala e eles começam a ter preços melhores, todo mundo vai querer consumir orgânico. Se eu tiver dois produtos do mesmo preço, as pessoas vão preferir o orgânico. O que a gente vai sentir daqui para frente é que, com a tecnologia, com a qualidade, aumento de escala, os preços dos orgânicos devem cair. Os convencionais têm a tendência de bater num piso. Não há como baixar o preço, porque começa a dar prejuízo. E os próprios produtores convencionais vão buscar uma conversão para o orgânico, já que a questão dos bioinsumos está aí. Com a tecnologia, todo o processo coopera para que tudo se transforme em orgânico.

Qual o tamanho da produção de orgânicos no DF?
O Distrito Federal produz em torno de 300, 400 toneladas de orgânicos por mês. É pouco. Dá pra crescer mais — e tem crescido. Hoje, boa parte dos produtos vem de fora, de São Paulo, do Paraná. Na questão da agroindústria, especificamente, temos uma ou duas agroindústrias de orgânicos no Distrito Federal. A gente tem que trabalhar para que se avance para o caminho da sustentabilidade. Quando se fala em verduras, frutas e legumes, 90% do que é consumido no DF são produzidos localmente.

Como está a questão do crédito para o campo? E os empregos?
Temos dados de um aumento em torno de 10 a 12% de número de vagas do agro. Nós somos esse Brasil rural, todos nós temos uma origem rural. Isso é legal, é bacana, dá orgulho. Em relação ao crédito, o governo está acertando e pode acertar mais. Precisa colocar dinheiro na mão de quem produz e também de quem consome. Acho muito importante essa iniciativa do auxílio de R$ 600. Tem que botar dinheiro na mão dos produtores, porque eles empregam e isso gera receita, que gera consumo, e isso volta. No crédito, o BRB tem feito um bom trabalho aqui no DF. Já no crédito cooperativo, acho que o Sicoob CrediBrasília tem feito um excelente trabalho, colocando recurso à disposição do produtor.

O Brasil ainda tem vergonha da vocação agrícola. Por quê?
Acho que é por causa da questão das commodities. É preciso agroindustrializar todo esse processo. Se a gente pensar bem, o sonho de Juscelino Kubitschek era esse. Num primeiro momento, era construir Brasília. Mas, num segundo momento, era trazer toda a agroindústria para cá. É o momento de fazer isso efetivamente, já que o governo tem trabalhado nesse sentido. Temos 40 milhões de pessoas precisando de emprego, e há um setor espeficamente vocacionado para esse processo. E sem derrubar mais um pé de árvore. Não é preciso derrubar mais nada.

O ministro Paulo Guedes disse para investidores americanos que os EUA desmataram. Concorda com o posicionamento dele?
O ministro Guedes precisa voltar pra escola para entender as coisas. É um cara bom, mas não sabe do que está falando. A gente tem uma rede mundial de produtores. Um francês falou pra mim que não compra mais do Brasil porque estamos desmatando a Amazônia. Tem que parar de falar bobagem. Não dá pra ficar brigando. Esse é o nosso objetivo, desmatamento zero.

O desmatamento na Amazônia aumentou. Como vê essa questão?
Isso é uma imbecilidade completa, uma falta de senso. Porque nós já temos a tecnologia de pesquisa. A Embrapa, para mim, é a melhor do mundo, tem toda a tecnologia para que a gente possa fazer essas pastagens degradadas, milhões de pastagens degradadas. Essa lógica do desmatamento não faz sentido, não precisa mais disso, é desmatamento zero por 50 anos. Se a gente fizer isso e usar 10% dessas pastagens degradadas que existem, isso tem que ter um programa de governo, tem que parar com esses conflitos envolvendo desmatamento.

*Estagiário sob a supervisão de Carlos Alexandre de Souza