
Enquanto alguns boleiros comemoram retorno à Seleção Brasileira e outros celebram a primeira convocação, um grupo segue fora do radar. A primeira lista do técnico italiano Carlo Ancelotti, divulgada nesta segunda-feira (26/5), reforça uma tendência: a do isolamento de jogadores vinculados ao futebol russo.
Impedidos de disputar a Liga dos Campeões e a Liga Europa, devido à Guerra na Ucrânia, a Rússia é uma espécie de ilha no mapa-múndi do futebol mundial e emprega 23 brasileiros. Embora não tenha mais o mesmo prestígio de eras anteriores, como quando o Zenit São Petersburgo faturou o segundo torneio mais relevante do Velho Continente, na temporada 2007/2008, e o CSKA Moscou, na edição de 2004/2005, o país ostenta talentos que em um ado não tão distantes era titulares na Série A, cotados e até convocados pela Amarelinha.
Ídolo do ano mágico do Botafogo, Luiz Henrique foi convocado por Dorival Júnior em quatro oportunidades. Em seis partidas, contribuiu com dois gols e uma assistência. O ponta-direita de 24 anos foi vendido ao Zenit em janeiro, por cerca de R$ 220 milhões. O último jogo com a Seleção foi em 20 de novembro de 2024, no 1 x 1 contra o Uruguai. Portanto, está fora do radar desde a transferência para a Rússia.
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Luiz Henrique é o jogador mais valioso do país no Leste Europeu. Soma 14 jogos pelo Zenit, com dois gols e duas assistências. O posicionamento continua o mesmo, como extremo pela direita. Em alguns momentos, cai para o centro, preservando a principal característica. Não foi titular em duas partidas: na derrota para o CSKA Moscou, em 14 de maio, pelo jogo de volta da Copa da Rússia, e no 2 x 0 sobre o FK Rostov, em abril.
O drama de Luiz Henrique em relação à Seleção Brasileira é o mesmo de um companheiro de clube recentemente campeão da Libertadores. Capitão do Fluminense na conquista inédita em 2023, Nino sumiu do mapa desde a venda ao Zenit, em janeiro de 2024. Antes, chegou a ser convocado para seis partidas. “Esquecido” na Rússia, o zagueiro de 1,88m de altura dominou a defesa do clube. Tem 35 partidas, dois gols e uma assistência.
Talento lapidado pelo Grêmio, Bitello está há duas temporadas no Dínamo Moscou. Em 2023/2024, repetiu a jornada mais artilheira da carreira ao marcar 10 gols em 28 jogos. Um fator que pode pesar negativamente para o meia-atacante é o fato de jamais ter sido convocado para a Seleção principal. A relação dele com a Amarelinha foi construída na equipe sub-23.
Campeão olímpico na Rio-2016 e chamado por Dunga quando pertencia ao Atlético-MG, o lateral-esquerdo Douglas Santos viveu seis temporadas de Rússia pelo Zenit. Aos 31 anos, praticamente não tem mais chances de retornar à Seleção Brasileira. O nome do defensor chegou a ser ventilado no Cruzeiro, mas a contratação não deve acontecer. Douglas, inclusive, esteve na pré-lista de convocados da Rússia.