/* 1rem = 16px, 0.625rem = 10px, 0.5rem = 8px, 0.25rem = 4px, 0.125rem = 2px, 0.0625rem = 1px */ :root { --cor: #073267; --fonte: "Roboto", sans-serif; --menu: 12rem; /* Tamanho Menu */ } @media screen and (min-width: 600px){ .site{ width: 50%; margin-left: 25%; } .logo{ width: 50%; } .hamburger{ display: none; } } @media screen and (max-width: 600px){ .logo{ width: 100%; } } p { text-align: justify; } .logo { display: flex; position: absolute; /* Tem logo que fica melhor sem position absolute*/ align-items: center; justify-content: center; } .hamburger { font-size: 1.5rem; padding-left: 0.5rem; z-index: 2; } .sidebar { padding: 10px; margin: 0; z-index: 2; } .sidebar>li { list-style: none; margin-bottom: 10px; z-index: 2; } .sidebar a { text-decoration: none; color: #fff; z-index: 2; } .close-sidebar { font-size: 1.625em; padding-left: 5px; height: 2rem; z-index: 3; padding-top: 2px; } #sidebar1 { width: var(--menu); background: var(--cor); color: #fff; } #sidebar1 amp-img { width: var(--menu); height: 2rem; position: absolute; top: 5px; z-index: -1; } .fonte { font-family: var(--fonte); } .header { display: flex; background: var(--cor); color: #fff; align-items: center; height: 3.4rem; } .noticia { margin: 0.5rem; } .assunto { text-decoration: none; color: var(--cor); text-transform: uppercase; font-size: 1rem; font-weight: 800; display: block; } .titulo { color: #333; } .autor { color: var(--cor); font-weight: 600; } .chamada { color: #333; font-weight: 600; font-size: 1.2rem; line-height: 1.3; } .texto { line-height: 1.3; } .galeria {} .retranca {} .share { display: flex; justify-content: space-around; padding-bottom: 0.625rem; padding-top: 0.625rem; } .tags { display: flex; flex-wrap: wrap; flex-direction: row; text-decoration: none; } .tags ul { display: flex; flex-wrap: wrap; list-style-type: disc; margin-block-start: 0.5rem; margin-block-end: 0.5rem; margin-inline-start: 0px; margin-inline-end: 0px; padding-inline-start: 0px; flex-direction: row; } .tags ul li { display: flex; flex-wrap: wrap; flex-direction: row; padding-inline-end: 2px; padding-bottom: 3px; padding-top: 3px; } .tags ul li a { color: var(--cor); text-decoration: none; } .tags ul li a:visited { color: var(--cor); } .citacao {} /* Botões de compartilhamento arrendodados com a cor padrão do site */ amp-social-share.rounded { border-radius: 50%; background-size: 60%; color: #fff; background-color: var(--cor); } --> { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": "/euestudante/educacao-basica/2023/04/5086695-ataque-a-escolas-os-boatos-no-whatsapp-que-criam-panico-entre-pais-e-alunos.html", "name": "Ataque a escolas: os boatos no WhatsApp que criam pânico entre pais e alunos", "headline": "Ataque a escolas: os boatos no WhatsApp que criam pânico entre pais e alunos", "alternateName": "Destaque", "alternativeHeadline": "Destaque", "datePublished": "2023-04-11-0322:49:00-10800", "articleBody": "<p class="texto">Pais, professores e at&eacute; crian&ccedil;as est&atilde;o alarmados com o compartilhamento em grupos de WhatsApp de milhares de mensagens, fotos, v&iacute;deos e &aacute;udios falando de supostas amea&ccedil;as de ataques a escolas que poderiam ocorrer nos pr&oacute;ximos dias.</p> <p class="texto">Circulam desde listas de supostos Estados e escolas onde os ataques poderiam acontecer a datas que estariam marcadas para ataques em massa, al&eacute;m de perfis de supostos agressores. Esse conte&uacute;do, que come&ccedil;ou a surgir na &uacute;ltima semana, tem deixado pais e m&atilde;es com medo de enviar seus filhos &agrave; escola e levado crian&ccedil;as e adolescentes a pedir para ficar em casa.</p> <p class="texto">Um ponto em comum entre os diversos boatos compartilhados &eacute; a ideia de que haveria um ataque em massa em escolas em um mesmo dia.</p> <p class="texto">As pol&iacute;cias de diversos Estados e o Minist&eacute;rio da Justi&ccedil;a afirmam que est&atilde;o trabalhando para combater amea&ccedil;as reais que foram registradas. S&oacute; em S&atilde;o Paulo, a Pol&iacute;cia Civil diz que frustrou dezenas de poss&iacute;veis atos violentos em diversos munic&iacute;pios em mar&ccedil;o, com apreens&atilde;o de facas, m&aacute;scaras e celulares.</p> <p class="texto">No entanto, muitas das amea&ccedil;as compartilhadas em mensagens de "alerta" s&atilde;o falsas, dizem as secretarias de seguran&ccedil;a de S&atilde;o Paulo e Esp&iacute;rito Santo, Estados onde ataques em escolas nos &uacute;ltimos anos deixaram v&iacute;timas fatais.</p> <p class="texto">E o compartilhamento desse conte&uacute;do amplia o risco de que agress&otilde;es reais aconte&ccedil;am.</p> <p class="texto">Muitos usu&aacute;rios espalham os boatos com a inten&ccedil;&atilde;o de alertar amigos, colegas e parentes - algo que tanto pesquisadores dedicados ao tema quanto a pol&iacute;cia indicam que n&atilde;o deve ser feito.</p> <p class="texto">A Secretaria de Seguran&ccedil;a de S&atilde;o Paulo (SSP-SP) afirma que todos os casos de amea&ccedil;a s&atilde;o investigados e que as diretorias das unidades de ensino est&atilde;o em alerta e em contato com a Pol&iacute;cia Militar. A secretaria pede ainda que o p&uacute;blico pense duas vezes antes de compartilhar boatos n&atilde;o confirmados.</p> <p class="texto">"&Eacute; importante salientar que o consenso entre especialistas &eacute; que a <a href="https://correiobraziliense-br.amazoniaemfoco.com/portuguese/articles/c3g6967q55yo?xtor=AL-73-%5Bpartner%5D-%5Bcorreiobraziliense.com.br%5D-%5Blink%5D-%5Bbrazil%5D-%5Bbizdev%5D-%5Bisapi%5D">divulga&ccedil;&atilde;o de imagens ou informa&ccedil;&otilde;es de um atentado serve para fomentar novos casos</a>, no que &eacute; conhecido como &lsquo;efeito cont&aacute;gio&rsquo;", diz a SSP-SP.</p> <p class="texto">"Da mesma forma, percebe-se que a divulga&ccedil;&atilde;o de amea&ccedil;as (muitas das quais n&atilde;o am de boatos) tem seguido o mesmo comportamento. Quanto mais se noticia, mais casos surgem."</p> <p class="texto">Ou seja, espalhar boatos sobre amea&ccedil;as de ataques que n&atilde;o s&atilde;o reais pode ter o efeito indesejado de incentivar uma agress&atilde;o verdadeira.</p> <p class="texto">A advogada Ana Paula Siqueira, especialista em direito digital, ressalta que as pessoas que espalham um conte&uacute;do duvidoso tamb&eacute;m t&ecirc;m responsabilidade por ele.</p> <p class="texto">"Quem compartilha uma not&iacute;cia falsa comete o mesmo crime de quem criou aquele conte&uacute;do", diz ela.</p> <p class="texto">"Se tem um v&iacute;deo com uma mentira, por exemplo, de que tem uma bomba em um est&aacute;dio de futebol, e isso gerar p&acirc;nico, pessoas forem pisoteadas... Quem compartilha a not&iacute;cia falsa tamb&eacute;m pode ser responsabilizado por esse dano."</p> <p class="texto">Consultado pela BBC News Brasil, o WhatsApp diz as mensagens s&atilde;o criptografadas e por isso a plataforma n&atilde;o a o conte&uacute;do trocado pelos usu&aacute;rios e nem faz modera&ccedil;&atilde;o de conte&uacute;do.</p> <p class="texto">No entanto, a empresa afirma que usu&aacute;rios devem reportar condutas inapropriadas por meio da op&ccedil;&atilde;o "Denunciar", dispon&iacute;vel no menu do aplicativo (Menu &gt; Mais &gt; Denunciar), ou enviando um email para @whatsapp.com.</p> <p class="texto">A plataforma diz ainda que "conte&uacute;dos il&iacute;citos tamb&eacute;m devem ser denunciados para as autoridades policiais competentes" e que coopera ativamente com as autoridades "fornecendo dados dispon&iacute;veis em resposta &agrave;s solicita&ccedil;&otilde;es de autoridades p&uacute;blicas e em conformidade com a legisla&ccedil;&atilde;o aplic&aacute;vel."</p> <figure><img src="https://ichef.bbci.co.uk/news/raw/sprodpb/ccc0/live/796ffde0-d8bb-11ed-ab68-7fda87855356.jpg" alt="Jovem preso com bra&ccedil;adeira com s&iacute;mbolo nazista" width="768" height="432" /><footer>GUARDA CIVIL/DIVULGA&Ccedil;&Atilde;O</footer> <figcaption>Casos de ataques a unidades de ensino cresceram no pa&iacute;s nos anos 2000</figcaption> </figure> <h2>O que est&aacute; sendo compartilhado?</h2> <p class="texto">Embora a idolatria a atiradores aconte&ccedil;a de fato em comunidades de adolescentes radicalizados, pesquisadores notaram neste m&ecirc;s, ap&oacute;s os ataques recentes, um aumento expressivo de novas contas e publica&ccedil;&otilde;es que demonstram um comportamento diferente do que vinha sendo observado em anos de monitoramento daquelas comunidades.</p> <p class="texto">Isso leva &agrave; conclus&atilde;o de que n&atilde;o s&atilde;o esses adolescentes que est&atilde;o por tr&aacute;s do novo conte&uacute;do.</p> <p class="texto">"A gente viu um aumento de posts com um perfil totalmente diferente do postado pelos adolescentes (radicalizados), posts que fogem muito da din&acirc;mica que encontramos nesses grupos", afirma Let&iacute;cia Oliveira, editora do site El Coyote, que monitora grupos de adolescentes iradores de autores de ataques a escolas h&aacute; 11 anos.</p> <p class="texto">Oliveira &eacute; coautora do relat&oacute;rio sobre viol&ecirc;ncia nas escolas entregue ao governo de transi&ccedil;&atilde;o no ano ado.</p> <p class="texto">Para Oliveira, os adolescentes que participam de comunidades de iradores de agressores n&atilde;o est&atilde;o por tr&aacute;s de grande parte das supostas amea&ccedil;as circulando em boatos nesta semana.</p> <p class="texto">A pesquisadora aponta que muitas das supostas amea&ccedil;as que est&atilde;o sendo divulgadas em postagens alarmistas reutilizam as mesmas fotos, diversas delas retiradas de sites como Pinterest ou do buscador Google Imagens. Uma imagem muito compartilhada mostra um fac&atilde;o e outras armas brancas, outra exibe uma foto de um rev&oacute;lver.</p> <p class="texto">"Quando os adolescentes (radicalizados) postam imagens que n&atilde;o s&atilde;o dos atiradores e agressores, normalmente s&atilde;o <em>fanarts</em> (desenhos feitos por f&atilde;s) feitas por eles mesmos ou fotos de si mesmos, n&atilde;o fotos do Pinterest", afirma Oliveira.</p> <p class="texto">O conte&uacute;do que surgiu com esse aumento repentino de atividade online sobre ataques nas escolas tamb&eacute;m emprega uma linguagem muito diferente da usada pelos adolescentes, com g&iacute;rias e formas de falar que lembram muito mais as usadas por fac&ccedil;&otilde;es criminosas.</p> <p class="texto">"Normalmente, a linguagem usada nesses grupos (de adolescentes) &eacute; muito mais pr&oacute;xima da de um <em>fandom</em> (grupo de f&atilde;s) adolescente de artistas", afirma Oliveira.</p> <figure><img src="https://ichef.bbci.co.uk/news/raw/sprodpb/aa3d/live/3f0b2660-d8bc-11ed-a5c2-11449a48c8d9.jpg" alt="Homem mexendo no WhatsApp" width="800" height="450" /><footer>Getty Images</footer></figure> <p class="texto">"Os perfis de adolescentes que monitoramos pararam de usar certas <em>hashtags </em>a partir do momento em que elas se tornaram conhecidas de um p&uacute;blico mais amplo."</p> <p class="texto">Pesquisadores apontam que o prest&iacute;gio dos agressores em seus grupos sociais aumenta quanto maior a divulga&ccedil;&atilde;o obtida e o n&uacute;mero de v&iacute;timas, mas isso n&atilde;o significa que eles atuem de forma conjunta ou participem de uma "competi&ccedil;&atilde;o" - como d&atilde;o a entender os boatos que est&atilde;o sendo compartilhados agora.</p> <p class="texto">"Esses adolescentes n&atilde;o atuam assim de forma coordenada. Se articulam nessas comunidades, mas agem individualmente ou duplas", afirma Oliveira.</p> <figure><img src="https://ichef.bbci.co.uk/news/raw/sprodpb/170c/live/85a46c30-d8bc-11ed-a5c2-11449a48c8d9.jpg" alt="Vig&iacute;lia foi organizada em frente a escola em S&atilde;o Paulo onde professora foi morta" width="800" height="449" /><footer>EPA</footer> <figcaption>Escola em S&atilde;o Paulo foi alvo de ataque de aluno no fim de mar&ccedil;o</figcaption> </figure> <h2>O que dizem as autoridades?</h2> <p class="texto">Em uma entrevista coletiva na segunda-feira (10/4), o ministro da Justi&ccedil;a e Seguran&ccedil;a P&uacute;blica, Fl&aacute;vio Dino (PSB), falou que sua pasta est&aacute; trabalhando para evitar que qualquer ataque aconte&ccedil;a nas datas de supostos ataques segundo apontaram boatos.</p> <p class="texto">"At&eacute; la muitas pessoas v&atilde;o ser presas, muitas pessoas v&atilde;o ser responsabilizadas", afirmou o ministro.</p> <p class="texto">"Muitos perfis ser&atilde;o derrubados, e tenho certeza de que Estados e munic&iacute;pios tamb&eacute;m estar&atilde;o mobilizados. E as fam&iacute;lias dos estudantes tamb&eacute;m."</p> <p class="texto">Na segunda-feira, o ministro se encontrou com representantes de redes sociais para discutir o combate a comunidades online que incentivam ataques &agrave;s escolas.</p> <p class="texto">A resposta de um representante do Twitter foi de que o compartilhamento de fotos dos agressores n&atilde;o viola sua pol&iacute;tica de uso. A BBC News Brasil questionou a plataforma mas recebeu uma resposta autom&aacute;tica com um emoji de fezes - como <a href="https://correiobraziliense-br.amazoniaemfoco.com/portuguese/articles/cgr15664953o?xtor=AL-73-%5Bpartner%5D-%5Bcorreiobraziliense.com.br%5D-%5Blink%5D-%5Bbrazil%5D-%5Bbizdev%5D-%5Bisapi%5D">o Twitter tem feito em todas as solicita&ccedil;&otilde;es da imprensa</a>.</p> <p class="texto">O minist&eacute;rio divulgou depois que est&aacute; preparando medidas para obrigar as plataformas a combater esse conte&uacute;dos que fa&ccedil;am apologia &agrave; viol&ecirc;ncia, mas n&atilde;o informou se o combate ao p&acirc;nico gerado por boatos foi discutido na reuni&atilde;o com as redes sociais. Dino tamb&eacute;m afirmou que a pasta tem m&uacute;ltiplas iniciativas contra poss&iacute;veis amea&ccedil;as.</p> <p class="texto">Em nota &agrave; reportagem, o TikTok afirma que est&aacute; trabalhando "agressivamente para identificar e remover conte&uacute;do que possa causar p&acirc;nico ou validar farsas, incluindo a restri&ccedil;&atilde;o de <em>hashtags </em>relacionadas."</p> <p class="texto">"Onde encontramos amea&ccedil;as iminentes de viol&ecirc;ncia, trabalhamos com as autoridades policiais, de acordo com nossas pol&iacute;ticas de relacionamento com as autoridades locais", pontua a plataforma.</p> <p class="texto">Ainda em nota, o TikTok diz que o "conte&uacute;do que estimula o p&acirc;nico" sobre amea&ccedil;as potenciais de viol&ecirc;ncias nas escolas "n&atilde;o tem absolutamente nenhum lugar em nossa plataforma".</p> <p class="texto">A Secretaria de Seguran&ccedil;a P&uacute;blica do Esp&iacute;rito Santo, um Estado onde houve um grave ataque no &uacute;ltimo ano, afirmou que acredita que as not&iacute;cias que se propagaram nas redes sobre poss&iacute;veis ataques em escolas locais s&atilde;o falsas e t&ecirc;m o objetivo de causar p&acirc;nico.</p> <p class="texto">No entanto, a pasta informou que monitora os casos e usa os setores de intelig&ecirc;ncia para tentar identificar a origem dos boatos.</p> <p class="texto">"N&atilde;o h&aacute; objetivamente nenhuma amea&ccedil;a ou alerta concreto no momento", disse um porta-voz da secretaria &agrave; BBC News Brasil. "No momento em que houver, quem ir&aacute; comunicar somos n&oacute;s."</p> <p class="texto">O &oacute;rg&atilde;o enfatizou tamb&eacute;m a import&acirc;ncia da atua&ccedil;&atilde;o das redes sociais neste momento.</p> <p class="texto">"N&atilde;o h&aacute; nenhuma raz&atilde;o para p&acirc;nico. O que h&aacute; &eacute; uma necessidade de fortalecimento das a&ccedil;&otilde;es do governo federal e dos estaduais. Neste momento, &eacute; decisivo o comportamento das plataformas de tecnologia", afirmou a pasta.</p> <p class="texto">A Secretaria de Seguran&ccedil;a P&uacute;blica de Santa Catarina, onde ocorreu o ataque a uma creche em Blumenau, disse estar preparando um material especial sobre os cuidados e a aten&ccedil;&atilde;o que os pais devem ter. O documento ser&aacute; divulgado em breve.</p> <figure><img src="https://ichef.bbci.co.uk/news/raw/sprodpb/8ba7/live/218f9570-d8bd-11ed-a5c2-11449a48c8d9.jpg" alt="Policial em frente a escola atacada em S&atilde;o Paulo" width="800" height="449" /><footer>Reuters</footer> <figcaption>Boatos sobre poss&iacute;veis ataques causam preocupa&ccedil;&atilde;o em familiares e alunos nas &uacute;ltimas semanas</figcaption> </figure> <p class="texto">Os boatos que circulam em grupos falam tamb&eacute;m sobre supostas amea&ccedil;as feitas a universidades. Em um dos casos, a mesma foto com uma amea&ccedil;a de conte&uacute;do neonazista foi compartilhada em diversos grupos como sendo uma imagem do <em>campus </em>de quatro universidades diferentes.</p> <p class="texto">&Agrave;s vezes, epis&oacute;dios reais de viol&ecirc;ncia podem ser divulgados em grupos como tendo sido atentados, sem que haja confirma&ccedil;&atilde;o disso. Na segunda-feira, por exemplo, uma estudante da Universidade Federal do Esp&iacute;rito Santo (Ufes) foi amea&ccedil;ada por uma mulher com uma faca.</p> <p class="texto">Alunos disseram ao jornal Tribuna Online que o epis&oacute;dio causou p&acirc;nico entre alunos e professores. No entanto, segundo a Ufes, o caso foi um epis&oacute;dio isolado que n&atilde;o teve a ver com a universidade ou sua comunidade.</p> <p class="texto">Um dos boatos dizia que a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) teria cancelado as aulas, o que n&atilde;o &eacute; verdade. A Unicamp informou &agrave; BBC News Brasil que apura poss&iacute;veis amea&ccedil;as &agrave; universidade, mas diz que n&atilde;o houve nenhum caso concreto. Em raz&atilde;o disso, n&atilde;o suspendeu nenhuma das suas atividades.</p> <p class="texto"><img src="https://a1.api.bbc.co.uk/hit.xiti/?s=598346&amp;p=portuguese.articles.ck7z92v4898o.page&amp;x1=%5Burn%3Abbc%3Aoptimo%3Aasset%3Ack7z92v4898o%5D&amp;x4=%5Bpt-br%5D&amp;x5=%5Bhttps%3A%2F%2Fcorreiobraziliense-br.amazoniaemfoco.com%2Fportuguese%2Farticles%2Fck7z92v4898o%5D&amp;x7=%5Barticle%5D&amp;x8=%5Bsynd_nojs_ISAPI%5D&amp;x9=%5BAtaque+a+escolas%3A+os+boatos+no+WhatsApp+que+criam+p%C3%A2nico+entre+pais+e+alunos%5D&amp;x11=%5B2023-04-12T01%3A28%3A59.389Z%5D&amp;x12=%5B2023-04-12T01%3A28%3A59.389Z%5D&amp;x19=%5Bcorreiobraziliense.com.br%5D" /></p>", "isAccessibleForFree": true, "image": { "url": "https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2023/04/11/750x500/1_801d2a80_d8c7_11ed_9362_df37cfc742dc-27793638.jpg?20230411224822?20230411224822", "width": 820, "@type": "ImageObject", "height": 490 }, "author": [ { "@type": "Person", "name": "BBC Geral" } ], "publisher": { "logo": { "url": "https://image.staticox.com/?url=http%3A%2F%2Fimgs2.correiobraziliense.com.br%2Famp%2Flogo_cb_json.png", "@type": "ImageObject" }, "name": "Correio Braziliense", "@type": "Organization" } } 2b5n4n

Eu, Estudante 48p1u

Destaque

Ataque a escolas: os boatos no WhatsApp que criam pânico entre pais e alunos 3e446q

Circulam desde listas de supostos Estados e escolas onde os ataques poderiam acontecer a datas que estariam marcadas para ataques em massa, além de perfis de supostos agressores. Esse conteúdo, que começou a surgir na última semana, tem deixado pais e mães com medo de enviar seus filhos à escola e levado crianças e adolescentes a pedir para ficar em casa 4of5d

Pais, professores e até crianças estão alarmados com o compartilhamento em grupos de WhatsApp de milhares de mensagens, fotos, vídeos e áudios falando de supostas ameaças de ataques a escolas que poderiam ocorrer nos próximos dias.

Circulam desde listas de supostos Estados e escolas onde os ataques poderiam acontecer a datas que estariam marcadas para ataques em massa, além de perfis de supostos agressores. Esse conteúdo, que começou a surgir na última semana, tem deixado pais e mães com medo de enviar seus filhos à escola e levado crianças e adolescentes a pedir para ficar em casa.

Um ponto em comum entre os diversos boatos compartilhados é a ideia de que haveria um ataque em massa em escolas em um mesmo dia.

As polícias de diversos Estados e o Ministério da Justiça afirmam que estão trabalhando para combater ameaças reais que foram registradas. Só em São Paulo, a Polícia Civil diz que frustrou dezenas de possíveis atos violentos em diversos municípios em março, com apreensão de facas, máscaras e celulares.

No entanto, muitas das ameaças compartilhadas em mensagens de "alerta" são falsas, dizem as secretarias de segurança de São Paulo e Espírito Santo, Estados onde ataques em escolas nos últimos anos deixaram vítimas fatais.

E o compartilhamento desse conteúdo amplia o risco de que agressões reais aconteçam.

Muitos usuários espalham os boatos com a intenção de alertar amigos, colegas e parentes - algo que tanto pesquisadores dedicados ao tema quanto a polícia indicam que não deve ser feito.

A Secretaria de Segurança de São Paulo (SSP-SP) afirma que todos os casos de ameaça são investigados e que as diretorias das unidades de ensino estão em alerta e em contato com a Polícia Militar. A secretaria pede ainda que o público pense duas vezes antes de compartilhar boatos não confirmados.

"É importante salientar que o consenso entre especialistas é que a divulgação de imagens ou informações de um atentado serve para fomentar novos casos, no que é conhecido como ‘efeito contágio’", diz a SSP-SP.

"Da mesma forma, percebe-se que a divulgação de ameaças (muitas das quais não am de boatos) tem seguido o mesmo comportamento. Quanto mais se noticia, mais casos surgem."

Ou seja, espalhar boatos sobre ameaças de ataques que não são reais pode ter o efeito indesejado de incentivar uma agressão verdadeira.

A advogada Ana Paula Siqueira, especialista em direito digital, ressalta que as pessoas que espalham um conteúdo duvidoso também têm responsabilidade por ele.

"Quem compartilha uma notícia falsa comete o mesmo crime de quem criou aquele conteúdo", diz ela.

"Se tem um vídeo com uma mentira, por exemplo, de que tem uma bomba em um estádio de futebol, e isso gerar pânico, pessoas forem pisoteadas... Quem compartilha a notícia falsa também pode ser responsabilizado por esse dano."

Consultado pela BBC News Brasil, o WhatsApp diz as mensagens são criptografadas e por isso a plataforma não a o conteúdo trocado pelos usuários e nem faz moderação de conteúdo.

No entanto, a empresa afirma que usuários devem reportar condutas inapropriadas por meio da opção "Denunciar", disponível no menu do aplicativo (Menu > Mais > Denunciar), ou enviando um email para @whatsapp.com.

A plataforma diz ainda que "conteúdos ilícitos também devem ser denunciados para as autoridades policiais competentes" e que coopera ativamente com as autoridades "fornecendo dados disponíveis em resposta às solicitações de autoridades públicas e em conformidade com a legislação aplicável."

GUARDA CIVIL/DIVULGAÇÃO
Casos de ataques a unidades de ensino cresceram no país nos anos 2000

O que está sendo compartilhado? 91o67

Embora a idolatria a atiradores aconteça de fato em comunidades de adolescentes radicalizados, pesquisadores notaram neste mês, após os ataques recentes, um aumento expressivo de novas contas e publicações que demonstram um comportamento diferente do que vinha sendo observado em anos de monitoramento daquelas comunidades.

Isso leva à conclusão de que não são esses adolescentes que estão por trás do novo conteúdo.

"A gente viu um aumento de posts com um perfil totalmente diferente do postado pelos adolescentes (radicalizados), posts que fogem muito da dinâmica que encontramos nesses grupos", afirma Letícia Oliveira, editora do site El Coyote, que monitora grupos de adolescentes iradores de autores de ataques a escolas há 11 anos.

Oliveira é coautora do relatório sobre violência nas escolas entregue ao governo de transição no ano ado.

Para Oliveira, os adolescentes que participam de comunidades de iradores de agressores não estão por trás de grande parte das supostas ameaças circulando em boatos nesta semana.

A pesquisadora aponta que muitas das supostas ameaças que estão sendo divulgadas em postagens alarmistas reutilizam as mesmas fotos, diversas delas retiradas de sites como Pinterest ou do buscador Google Imagens. Uma imagem muito compartilhada mostra um facão e outras armas brancas, outra exibe uma foto de um revólver.

"Quando os adolescentes (radicalizados) postam imagens que não são dos atiradores e agressores, normalmente são fanarts (desenhos feitos por fãs) feitas por eles mesmos ou fotos de si mesmos, não fotos do Pinterest", afirma Oliveira.

O conteúdo que surgiu com esse aumento repentino de atividade online sobre ataques nas escolas também emprega uma linguagem muito diferente da usada pelos adolescentes, com gírias e formas de falar que lembram muito mais as usadas por facções criminosas.

"Normalmente, a linguagem usada nesses grupos (de adolescentes) é muito mais próxima da de um fandom (grupo de fãs) adolescente de artistas", afirma Oliveira.

Getty Images

"Os perfis de adolescentes que monitoramos pararam de usar certas hashtags a partir do momento em que elas se tornaram conhecidas de um público mais amplo."

Pesquisadores apontam que o prestígio dos agressores em seus grupos sociais aumenta quanto maior a divulgação obtida e o número de vítimas, mas isso não significa que eles atuem de forma conjunta ou participem de uma "competição" - como dão a entender os boatos que estão sendo compartilhados agora.

"Esses adolescentes não atuam assim de forma coordenada. Se articulam nessas comunidades, mas agem individualmente ou duplas", afirma Oliveira.

EPA
Escola em São Paulo foi alvo de ataque de aluno no fim de março

O que dizem as autoridades? 4y453r

Em uma entrevista coletiva na segunda-feira (10/4), o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB), falou que sua pasta está trabalhando para evitar que qualquer ataque aconteça nas datas de supostos ataques segundo apontaram boatos.

"Até la muitas pessoas vão ser presas, muitas pessoas vão ser responsabilizadas", afirmou o ministro.

"Muitos perfis serão derrubados, e tenho certeza de que Estados e municípios também estarão mobilizados. E as famílias dos estudantes também."

Na segunda-feira, o ministro se encontrou com representantes de redes sociais para discutir o combate a comunidades online que incentivam ataques às escolas.

A resposta de um representante do Twitter foi de que o compartilhamento de fotos dos agressores não viola sua política de uso. A BBC News Brasil questionou a plataforma mas recebeu uma resposta automática com um emoji de fezes - como o Twitter tem feito em todas as solicitações da imprensa.

O ministério divulgou depois que está preparando medidas para obrigar as plataformas a combater esse conteúdos que façam apologia à violência, mas não informou se o combate ao pânico gerado por boatos foi discutido na reunião com as redes sociais. Dino também afirmou que a pasta tem múltiplas iniciativas contra possíveis ameaças.

Em nota à reportagem, o TikTok afirma que está trabalhando "agressivamente para identificar e remover conteúdo que possa causar pânico ou validar farsas, incluindo a restrição de hashtags relacionadas."

"Onde encontramos ameaças iminentes de violência, trabalhamos com as autoridades policiais, de acordo com nossas políticas de relacionamento com as autoridades locais", pontua a plataforma.

Ainda em nota, o TikTok diz que o "conteúdo que estimula o pânico" sobre ameaças potenciais de violências nas escolas "não tem absolutamente nenhum lugar em nossa plataforma".

A Secretaria de Segurança Pública do Espírito Santo, um Estado onde houve um grave ataque no último ano, afirmou que acredita que as notícias que se propagaram nas redes sobre possíveis ataques em escolas locais são falsas e têm o objetivo de causar pânico.

No entanto, a pasta informou que monitora os casos e usa os setores de inteligência para tentar identificar a origem dos boatos.

"Não há objetivamente nenhuma ameaça ou alerta concreto no momento", disse um porta-voz da secretaria à BBC News Brasil. "No momento em que houver, quem irá comunicar somos nós."

O órgão enfatizou também a importância da atuação das redes sociais neste momento.

"Não há nenhuma razão para pânico. O que há é uma necessidade de fortalecimento das ações do governo federal e dos estaduais. Neste momento, é decisivo o comportamento das plataformas de tecnologia", afirmou a pasta.

A Secretaria de Segurança Pública de Santa Catarina, onde ocorreu o ataque a uma creche em Blumenau, disse estar preparando um material especial sobre os cuidados e a atenção que os pais devem ter. O documento será divulgado em breve.

Reuters
Boatos sobre possíveis ataques causam preocupação em familiares e alunos nas últimas semanas

Os boatos que circulam em grupos falam também sobre supostas ameaças feitas a universidades. Em um dos casos, a mesma foto com uma ameaça de conteúdo neonazista foi compartilhada em diversos grupos como sendo uma imagem do campus de quatro universidades diferentes.

Às vezes, episódios reais de violência podem ser divulgados em grupos como tendo sido atentados, sem que haja confirmação disso. Na segunda-feira, por exemplo, uma estudante da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) foi ameaçada por uma mulher com uma faca.

Alunos disseram ao jornal Tribuna Online que o episódio causou pânico entre alunos e professores. No entanto, segundo a Ufes, o caso foi um episódio isolado que não teve a ver com a universidade ou sua comunidade.

Um dos boatos dizia que a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) teria cancelado as aulas, o que não é verdade. A Unicamp informou à BBC News Brasil que apura possíveis ameaças à universidade, mas diz que não houve nenhum caso concreto. Em razão disso, não suspendeu nenhuma das suas atividades.

Tags 3g4e3p