Bombardeios em Gaza matam 38 pessoas

Em Jabaliya, no norte, sete pessoas de uma mesma família morreram -  (crédito: Bashar TALEB / AFP)
Em Jabaliya, no norte, sete pessoas de uma mesma família morreram - (crédito: Bashar TALEB / AFP)

Pelo menos 38 pessoas morreram nesse fim de semana em novos bombardeios israelenses na Faixa de Gaza, segundo a Defesa Civil local. Entre as vítimas estão uma mulher grávida, várias crianças e dois funcionários do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV). A intensificação da ofensiva militar provocou reação internacional: representantes de 20 países e organismos multilaterais se reuniram ontem, em Madri, para pedir o fim da guerra e discutir possíveis sanções contra Israel.

Ataques aéreos israelenses deixaram mortos e feridos na Faixa de Gaza
Em Jabaliya, no norte, sete pessoas de uma mesma família morreram (foto: Bashar TALEB / AFP)

De acordo com a Defesa Civil de Gaza, os ataques atingiram diversas áreas do território. Em Jabaliya, ao norte, sete pessoas de uma mesma família morreram, algumas com os corpos carbonizados. Outras cinco pessoas, da mesma família, morreram em Deir al-Balah, no centro. Três pessoas morreram em Beit Lahia, também ao norte, e outras três na região de Khan Yunis, ao sul. Em Nuseirat, no centro do território, um bombardeio matou uma mulher grávida e seu marido; os médicos tentaram salvar o feto, sem sucesso. Também em Nuseirat, um casal morreu — o homem era diretor da Defesa Civil, Ashraf Abu Nar.

O CICV confirmou a morte de dois funcionários em Khan Yunis, no sábado (24), após um ataque contra a residência onde estavam. Ibrahim Eid era especialista em contaminação por munições, e Ahmad Abu Hilal trabalhava como segurança no hospital de campanha da Cruz Vermelha em Rafah. "Estamos devastados", declarou a organização, que voltou a pedir proteção para civis em Gaza e denunciou o "número intolerável de mortes".

O Exército israelense não comentou os bombardeios. As operações foram retomadas em março, após o rompimento de uma trégua de dois meses. Desde então, Gaza enfrenta um bloqueio total, com escassez de alimentos, água, combustível e medicamentos. De acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, mais de 53.900 palestinos já morreram — a maioria civis. A ONU considera os dados confiáveis.

O conflito foi desencadeado pelo ataque do Hamas ao sul de Israel, em 7 de outubro de 2023, que deixou 1.218 mortos. Na ocasião, 251 pessoas foram sequestradas; 57 continuam em cativeiro e, dessas, 34 foram declaradas mortas pelo Exército israelense.

A reunião em Madri contou com representantes de países europeus, árabes e do Brasil. O ministro das Relações Exteriores da Espanha, José Manuel Albares, classificou a guerra como "desumana" e "sem sentido" e defendeu a entrada irrestrita de ajuda humanitária em Gaza. "Devemos considerar sanções. É preciso fazer tudo para interromper esta guerra", afirmou. Também participaram França, Reino Unido, Alemanha, Itália, Egito, Jordânia, Arábia Saudita, Turquia, Marrocos, Noruega, Islândia, Irlanda, Eslovênia, além de representantes da Liga Árabe e da Organização de Cooperação Islâmica.

 

Por AFP
postado em 26/05/2025 06:00
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