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Planeta plástico 406l23
Meio ambiente

Planeta plástico 536kw

A consequência de mais de seis décadas de superprodução dos mais variados objetos à base do material é um planeta sufocado por embalagens, que emporcalham e poluem o solo, a atmosfera e o oceano 111o1k

Quando criança, minha mãe, uma baby boomer, espantava-se com o fato de objetos de plástico serem tão mais baratos que os de vidro ou porcelana. Afinal, copos, pratos, xícaras e leiteiras do pós-guerra eram coloridos, versáteis e, o mais importante, inquebráveis. Por isso, pareciam preciosos.

O material revolucionou não só a vida doméstica, mas, sem risco de exagero, a vida moderna. Da medicina à arte, ando por indústria têxtil e automobilística, é impossível imaginar um mundo sem plástico. Até a conquista do espaço contou com a ajuda da fórmula (C2H4)n, composição química do polietileno simples.

A consequência de mais de seis décadas de superprodução dos mais variados objetos à base do material é um planeta sufocado por embalagens, que emporcalham e poluem o solo, a atmosfera e o oceano. Viramos o planeta plástico, onde até nós, humanos, carregamos polímeros no organismo.

Nos últimos anos, foram detectadas micropartículas na corrente sanguínea, na placenta, nos pulmões e nos intestinos, sem que se saiba, ainda, o significado disso para a saúde humana. Há suspeitas, porém, de que as moléculas do polietileno interfiram na produção de hormônios, com implicações para o metabolismo e a fertilidade.

Na vida selvagem, o impacto é bem conhecido. Cerca de 700 espécies, incluindo ameaçadas de extinção, foram afetadas pelo plástico de alguma forma. Aves marinhas, tartarugas, focas e até baleias morrem engasgadas por objetos ou estranguladas por redes pesqueiras, feitas de plástico. Peixes, camarões, ostras e lagostas, cujo destino é o prato, estão poluídos por partículas nanométricas de polietileno.

Uma variedade de animais terrestres também foi testada por pesquisadores e mostraram-se receptáculos de (C2H4)n. Somente nos Estados Unidos, pesquisadores da Universidade de Toronto, no vizinho Canadá, estimam que adultos podem estar consumindo até 3,8 milhões de microplásticos por ano, apenas com a proteína animal como fonte.

Hoje, a sexta sessão da Assembleia das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnud) discute, em Nairóbi, no Quênia, dados de um relatório que aponta para o acúmulo de 2,3 bilhões de toneladas de resíduos em 2023, com perspectiva de aumento de 60% em três décadas. Nem todo esse lixo é plástico. Mas boa parte do entulho é feita dele. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), 100 milhões de toneladas de descartáveis à base do material são produzidas anualmente. No total, estima-se que, em 2023, 440 milhões de toneladas de lixo plástico tenham sido fabricados.

Fracassou, no fim do ano ado, a tentativa da ONU de um acordo para reduzir a poluição plástica em 80% até 2040. Com base em estudos científicos, as Nações Unidas apresentaram soluções que exigiriam um nível de ambição com o qual os 175 países-membros não se comprometeram. Ficou para 2024 mais uma tentativa que, na opinião de ambientalistas, pouco deve avançar.

Em entrevista à Agência Presse, a diretora-executiva do Pnud, Inger Andersen, destacou que, "se a humanidade abusa do plástico, é porque o material é muito barato" e pediu para ativistas pressionarem a indústria. No mundo do hiperconsumo, o questionamento da minha mãe, ainda menina, faz todo o sentido. É preciso rever o preço do plástico. Não por ser precioso, como imaginava. Mas porque ele está asfixiando o planeta.

 


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