{ "@context": "http://www.schema.org", "@graph": [{ "@type": "BreadcrumbList", "@id": "", "itemListElement": [{ "@type": "ListItem", "@id": "/#listItem", "position": 1, "item": { "@type": "WebPage", "@id": "/", "name": "In\u00edcio", "description": "O Correio Braziliense (CB) é o mais importante canal de notícias de Brasília. Aqui você encontra as últimas notícias do DF, do Brasil e do mundo.", "url": "/" }, "nextItem": "/opiniao/#listItem" }, { "@type": "ListItem", "@id": "/opiniao/#listItem", "position": 2, "item": { "@type": "WebPage", "@id": "/opiniao/", "name": "Opinião", "description": "Leia editoriais e artigos sobre fatos importantes do dia a dia com a visão do Correio e de articulistas selecionados ", "url": "/opiniao/" }, "previousItem": "/#listItem" } ] }, { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": "/opiniao/2025/04/7109053-parlamentarismo-e-voto-distrital-misto.html", "name": "Parlamentarismo e voto distrital misto", "headline": "Parlamentarismo e voto distrital misto", "description": "", "alternateName": "Opinião", "alternativeHeadline": "Opinião", "datePublished": "2025-04-13T06:00:00Z", "articleBody": "<p class="texto"><strong>ROBERVAL BELINATI</strong>, desembargador, 1º vice-presidente do TJDFT e ex-vice presidente do TRE-DF</p> <p class="texto">A Proposta de Emenda à Constituição (PEC 2/2025), que pretende alterar a forma de governo do Brasil para o semipresidencialismo e implementar o voto distrital misto, promete provocar debates intensos no Congresso Nacional. Muitos parlamentares defendem que, no atual momento histórico, o parlamentarismo — com a figura de um primeiro-ministro — representaria o sistema mais adequado para o país. No entanto, essa não é uma posição consensual. Há quem sustente que o semipresidencialismo enfraqueceria tanto a democracia quanto a autoridade do presidente da República.</p> <p class="texto">Originalmente, apresentada em 1995 pelo então deputado Eduardo Jorge, a proposta foi reapresentada em 6 de fevereiro deste ano (2025) pelo deputado Luiz Carlos Hauly. De acordo com o texto, o presidente da República continuaria a ser eleito por voto direto e majoritário, mas dividiria o poder com um primeiro-ministro, escolhido entre os deputados e indicado pelos partidos que compõem a maioria na Câmara. O presidente aria a exercer funções predominantemente cerimoniais — como representar o país internacionalmente e comandar as Forças Armadas —, enquanto o primeiro-ministro assumiria a chefia do governo.</p> <p class="texto">A PEC também propõe a adoção do voto distrital misto. Nesse modelo, o eleitor teria dois votos nas eleições para os cargos de deputado federal, estadual, distrital e vereador: um voto seria destinado a um candidato do seu distrito (sistema distrital) e outro a uma lista partidária (sistema proporcional). Assim, metade dos parlamentares seria eleita diretamente pelos distritos, e a outra metade por meio das listas dos partidos mais votados.</p> <p class="texto">Pelo texto da proposta, dois terços dos deputados federais (ou o número imediatamente superior) seriam eleitos em distritos uninominais, e um terço por meio das listas partidárias. Os Estados e o Distrito Federal seriam divididos em distritos, definidos por resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a ser publicada com até um ano de antecedência em relação às eleições.</p> <p class="texto">A representação de cada unidade da federação seria composta por 50% (ou o número inteiro mais próximo) de deputados eleitos em distritos uninominais, complementada pelos eleitos via lista partidária. Por exemplo, no caso do Distrito Federal, que conta com oito deputados federais e 24 deputados distritais, seriam criados quatro distritos uninominais. Cada distrito elegeria um deputado federal e três distritais. A outra metade — quatro deputados federais e doze distritais — seria eleita por voto proporcional em todo o território do DF.</p> <p class="texto">Entre os defensores do sistema distrital misto, destacam-se argumentos como a maior proximidade entre eleitores e representantes, o fortalecimento da fiscalização cidadã, a racionalização dos recursos de campanha e a valorização de candidatos com vínculo direto com a comunidade local. Também se aponta a possibilidade de redução no número de partidos e candidatos, bem como o menor custo das campanhas distritais em comparação às campanhas gerais.</p> <p class="texto">Por outro lado, críticos apontam riscos e desafios significativos. Entre eles, a criação de dois tipos de parlamentares — os distritais e os eleitos por lista —, o que poderia gerar desigualdades na legitimidade política. Também há preocupação quanto à definição das fronteiras dos distritos, que poderia ser manipulada para favorecer determinados grupos ou partidos. Além disso, o sistema é considerado complexo e potencialmente confuso para os eleitores.</p> <p class="texto">Ainda não está claro como seriam delimitados os distritos nem quais seriam todas as regras aplicáveis ao novo modelo eleitoral. Caso a PEC seja aprovada, a tendência é de que a quantidade de distritos corresponda ao número de cadeiras de deputado federal de cada unidade federativa.</p> <p class="texto">Vale destacar que a PEC não altera as regras das eleições majoritárias para presidente da República, governadores e senadores, que continuam a ser definidos pelo critério do mais votado.</p> <p class="texto">Não há dúvida de que o debate será acalorado. Afinal, trata-se de uma proposta que busca modificar tanto a forma de governo quanto o sistema eleitoral — um projeto que, há três décadas, permanece na "geladeira" do Congresso Nacional.</p> <p class="texto"> <br /></p>", "isAccessibleForFree": true, "image": [ "https://midias.em.com.br/_midias/jpg/2025/03/15/640x853/1_fachada_do_palacio_do_congresso_nacional-48083726.jpg?20250315112254?20250315112254", "https://midias.em.com.br/_midias/jpg/2025/03/15/1000x1000/1_fachada_do_palacio_do_congresso_nacional-48083726.jpg?20250315112254?20250315112254", "https://www.flipar.com.br/wp-content/s/2025/03/Fachada-do-Palacio-do-Congresso-Nacional.jpg?20250315112254?20250315112254" ], "author": [ { "@type": "Person", "name": "Correio Braziliense", "url": "/autor?termo=correio-braziliense" } ], "publisher": { "logo": { "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fimgs2.correiobraziliense.com.br%2Famp%2Flogo_cb_json.png", "@type": "ImageObject" }, "name": "Correio Braziliense", "@type": "Organization" } }, { "@type": "Organization", "@id": "/#organization", "name": "Correio Braziliense", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "/_conteudo/logo_correo-600x60.png", "@id": "/#organizationLogo" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/correiobraziliense", "https://twitter.com/correiobraziliense.com.br", "https://instagram.com/correio.braziliense", "https://www.youtube.com/@correio.braziliense" ], "Point": { "@type": "Point", "telephone": "+556132141100", "Type": "office" } } ] } { "@context": "http://schema.org", "@graph": [{ "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Início", "url": "/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Cidades DF", "url": "/cidades-df/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Politica", "url": "/politica/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Brasil", "url": "/brasil/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Economia", "url": "/economia/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Mundo", "url": "/mundo/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Diversão e Arte", "url": "/diversao-e-arte/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Ciência e Saúde", "url": "/ciencia-e-saude/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Eu Estudante", "url": "/euestudante/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Concursos", "url": "/euestudante/concursos/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Esportes", "url": "/esportes/" } ] } 3c3t4g

Parlamentarismo e voto distrital misto 4r611e
Opinião

Parlamentarismo e voto distrital misto 623s3r

O verdadeiro poder dos dados aparece quando conseguimos organizá-los, interpretá-los e transformá-los em conhecimento útil. É isso que permite identificar padrões, antecipar cenários e tomar decisões mais inteligentes 6x6y5k

ROBERVAL BELINATI, desembargador, 1º vice-presidente do TJDFT e ex-vice presidente do TRE-DF

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC 2/2025), que pretende alterar a forma de governo do Brasil para o semipresidencialismo e implementar o voto distrital misto, promete provocar debates intensos no Congresso Nacional. Muitos parlamentares defendem que, no atual momento histórico, o parlamentarismo — com a figura de um primeiro-ministro — representaria o sistema mais adequado para o país. No entanto, essa não é uma posição consensual. Há quem sustente que o semipresidencialismo enfraqueceria tanto a democracia quanto a autoridade do presidente da República.

Originalmente, apresentada em 1995 pelo então deputado Eduardo Jorge, a proposta foi reapresentada em 6 de fevereiro deste ano (2025) pelo deputado Luiz Carlos Hauly. De acordo com o texto, o presidente da República continuaria a ser eleito por voto direto e majoritário, mas dividiria o poder com um primeiro-ministro, escolhido entre os deputados e indicado pelos partidos que compõem a maioria na Câmara. O presidente aria a exercer funções predominantemente cerimoniais — como representar o país internacionalmente e comandar as Forças Armadas —, enquanto o primeiro-ministro assumiria a chefia do governo.

A PEC também propõe a adoção do voto distrital misto. Nesse modelo, o eleitor teria dois votos nas eleições para os cargos de deputado federal, estadual, distrital e vereador: um voto seria destinado a um candidato do seu distrito (sistema distrital) e outro a uma lista partidária (sistema proporcional). Assim, metade dos parlamentares seria eleita diretamente pelos distritos, e a outra metade por meio das listas dos partidos mais votados.

Pelo texto da proposta, dois terços dos deputados federais (ou o número imediatamente superior) seriam eleitos em distritos uninominais, e um terço por meio das listas partidárias. Os Estados e o Distrito Federal seriam divididos em distritos, definidos por resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a ser publicada com até um ano de antecedência em relação às eleições.

A representação de cada unidade da federação seria composta por 50% (ou o número inteiro mais próximo) de deputados eleitos em distritos uninominais, complementada pelos eleitos via lista partidária. Por exemplo, no caso do Distrito Federal, que conta com oito deputados federais e 24 deputados distritais, seriam criados quatro distritos uninominais. Cada distrito elegeria um deputado federal e três distritais. A outra metade — quatro deputados federais e doze distritais — seria eleita por voto proporcional em todo o território do DF.

Entre os defensores do sistema distrital misto, destacam-se argumentos como a maior proximidade entre eleitores e representantes, o fortalecimento da fiscalização cidadã, a racionalização dos recursos de campanha e a valorização de candidatos com vínculo direto com a comunidade local. Também se aponta a possibilidade de redução no número de partidos e candidatos, bem como o menor custo das campanhas distritais em comparação às campanhas gerais.

Por outro lado, críticos apontam riscos e desafios significativos. Entre eles, a criação de dois tipos de parlamentares — os distritais e os eleitos por lista —, o que poderia gerar desigualdades na legitimidade política. Também há preocupação quanto à definição das fronteiras dos distritos, que poderia ser manipulada para favorecer determinados grupos ou partidos. Além disso, o sistema é considerado complexo e potencialmente confuso para os eleitores.

Ainda não está claro como seriam delimitados os distritos nem quais seriam todas as regras aplicáveis ao novo modelo eleitoral. Caso a PEC seja aprovada, a tendência é de que a quantidade de distritos corresponda ao número de cadeiras de deputado federal de cada unidade federativa.

Vale destacar que a PEC não altera as regras das eleições majoritárias para presidente da República, governadores e senadores, que continuam a ser definidos pelo critério do mais votado.

Não há dúvida de que o debate será acalorado. Afinal, trata-se de uma proposta que busca modificar tanto a forma de governo quanto o sistema eleitoral — um projeto que, há três décadas, permanece na "geladeira" do Congresso Nacional.

 

Mais Lidas 3n625k