{ "@context": "http://www.schema.org", "@graph": [{ "@type": "BreadcrumbList", "@id": "", "itemListElement": [{ "@type": "ListItem", "@id": "/#listItem", "position": 1, "item": { "@type": "WebPage", "@id": "/", "name": "In\u00edcio", "description": "O Correio Braziliense (CB) é o mais importante canal de notícias de Brasília. Aqui você encontra as últimas notícias do DF, do Brasil e do mundo.", "url": "/" }, "nextItem": "/opiniao/#listItem" }, { "@type": "ListItem", "@id": "/opiniao/#listItem", "position": 2, "item": { "@type": "WebPage", "@id": "/opiniao/", "name": "Opinião", "description": "Leia editoriais e artigos sobre fatos importantes do dia a dia com a visão do Correio e de articulistas selecionados ", "url": "/opiniao/" }, "previousItem": "/#listItem" } ] }, { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": "/opiniao/2025/05/7136998-educacao-o-que-conseguimos-conquistar-e-o-que-ainda-nao-damos-conta-de-enfrentar.html", "name": "Educação: o que conseguimos conquistar e o que ainda não damos conta de enfrentar", "headline": "Educação: o que conseguimos conquistar e o que ainda não damos conta de enfrentar", "description": "", "alternateName": "Pensar: desafios na educação", "alternativeHeadline": "Pensar: desafios na educação", "datePublished": "2025-05-06T06:00:00Z", "articleBody": "<p class="texto"><strong>Renato Casagrande<span class="gmail_default"> — </span></strong><em>Presidente do Instituto Casagrande, referência em práticas educativas inovadoras.Pesquisador, palestrante e escritor</em></p> <p class="texto">Neste 28 de abril, Dia Internacional da Educação, celebramos avanços significativos, mas não podemos silenciar diante das feridas abertas que continuam comprometendo o presente e o futuro da escola brasileira.</p> <p class="texto">Segundo o Censo Escolar 2023, o Brasil atingiu o maior número de matrículas em creches e pré-escolas desde que começou a série histórica. Houve um aumento de mais de 6% nas matrículas em creches públicas, com destaque para os municípios que ampliaram o o a tempo integral. Isso representa um o importante para garantir o direito à educação desde os primeiros anos de vida. A ampliação da oferta é também um indicativo do reconhecimento da importância da primeira infância como base de todo o processo educativo. Com programas como o Compromisso Nacional Criança Alfabetizada e o aumento do acompanhamento individualizado de estudantes nos primeiros anos, muitos estados apontaram melhorias na taxa de alfabetização até o 2º ano.</p> <p class="texto">O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) 2023 revelou um dado animador: os anos iniciais do ensino fundamental apresentaram crescimento em 21 das 27 unidades federativas, com destaque para os estados do Centro-Oeste, como Goiás, que alcançaram os maiores índices nacionais. A melhoria nos resultados está diretamente relacionada a ações de fortalecimento da gestão escolar, formação continuada de professores e políticas focadas em aprendizagem de base. </p> <p class="texto">É um sinal de que o investimento nos primeiros anos tem gerado impacto real. Dados do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) mostram que houve, em 2023, a retomada de mais de 3 mil obras paradas em escolas públicas, especialmente nas regiões Norte e Nordeste. Entre as melhorias, estão reformas em espaços físicos, construção de creches e escolas, ampliação de salas de aula, banheiros e ibilidade. Além disso, cresceram os investimentos em conectividade, com escolas recebendo internet de alta velocidade, modernização de laboratórios e ambientes pedagógicos mais adequados.</p> <p class="texto">A pandemia impulsionou uma mudança importante: a introdução definitiva das tecnologias no cotidiano escolar. Muitos estados mantiveram plataformas digitais, kits tecnológicos e formação docente em ambientes virtuais, mesmo após o retorno presencial. Programas como o Educar para Conectar e outras iniciativas regionais aram a integrar inclusão digital, inovação metodológica e personalização da aprendizagem, ampliando o repertório pedagógico e a autonomia do estudante.</p> <p class="texto">Por outro lado, o novo ensino médio ainda caminha com indefinição. Faltam clareza, materiais, formação e conexão com a vida real do estudante. Enquanto os anos iniciais do fundamental avançam, o ensino médio estagnou ou recuou, segundo o Ideb 2023. É uma geração em espera, sem direção, sem perspectiva, sem pertencimento. Um ciclo que se inicia sem raízes e que termina sem propósito claro. Mais de 1,5 milhão de crianças e adolescentes estão fora da escola ou com defasagem idade-série. Em regiões mais vulneráveis, faltam livros, bibliotecas, internet e professores formados. A pandemia aprofundou o abismo social, e ainda não conseguimos recuperar os estudantes que ficaram pelo caminho. A educação segue como espelho das desigualdades brasileiras — e, muitas vezes, também como sua amplificadora.</p> <p class="texto">A saúde mental e emocional dos educadores brasileiros entrou em colapso. Mais de 60% relatam sintomas de estresse crônico, segundo pesquisas recentes. Mas o problema não é só emocional, é estrutural. O professor está sobrecarregado, mal-apoiado, pressionado por metas e abandonado pelas políticas públicas. Faltam condições humanas de trabalho: tempo para planejar, turmas menores, apoio psicológico, infraestrutura básica. A inclusão é um ideal bonito no papel. É nobre, justa, necessária. A escola ou a acolher alunos com diferentes deficiências, transtornos e estilos de aprendizagem. Mas o que não se diz com a mesma força é que o professor não foi preparado para essa complexidade. Muitos estão sozinhos diante de situações que exigiriam apoio multiprofissional, formação específica, tempo e estrutura. Na prática, o que vemos é uma inclusão proclamada nos documentos, mas desamparada na realidade. </p> <p class="texto">Sem continuidade entre governos, com gestões fragmentadas e disputas ideológicas, o Brasil segue sem um plano educacional coeso e estratégico. Não há diretriz clara de longo prazo. Saltamos de programas paliativos, sem construir uma visão de país. Educação exige travessia e não improviso.</p> <p class="texto"> <div class="read-more"> <h4>Saiba Mais</h4> <ul> <li> <a href="/opiniao/2025/05/7136990-alok-na-sala-de-aula-por-que-a-educacao-precisa-de-batidas-humanas.html"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2025/05/05/675x450/1_pri_0605_opini-51333039.jpg?20250505214935" alt="" width="150" height="100"></amp-img> <div class="words"> <strong>Opinião</strong> <span>Alok na sala de aula: por que a educação precisa de batidas humanas </span> </div> </a> </li> <li> <a href="/opiniao/2025/05/7137022-trabalhadores-da-ciencia-sem-direitos-no-brasil.html"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2021/08/13/1000x1000/1_cbifot130820212486-25622084.jpg?20250505184122" alt="" width="150" height="100"></amp-img> <div class="words"> <strong>Opinião</strong> <span>Trabalhadores da ciência sem direitos no Brasil </span> </div> </a> </li> <li> <a href="/opiniao/2025/05/7137118-visao-do-correio-acao-articulada-contra-o-terrorismo.html"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2025/05/05/lady_gaga_ganha_mais_de_1_milhao_de_seguidores_apos_megashow_no_rio-51312761.jpg?20250505152943" alt="" width="150" height="100"></amp-img> <div class="words"> <strong>Opinião</strong> <span>Visão do Correio: Ação articulada contra o terrorismo</span> </div> </a> </li> </ul> </div><br /></p>", "isAccessibleForFree": true, "image": [ "https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2023/04/28/1200x801/1_4355355-27926251.jpg?20250505181617?20250505181617", "https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2023/04/28/1000x1000/1_4355355-27926251.jpg?20250505181617?20250505181617", "https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2023/04/28/800x600/1_4355355-27926251.jpg?20250505181617?20250505181617" ], "author": [ { "@type": "Person", "name": "Opinião", "url": "/autor?termo=opiniao" } ], "publisher": { "logo": { "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fimgs2.correiobraziliense.com.br%2Famp%2Flogo_cb_json.png", "@type": "ImageObject" }, "name": "Correio Braziliense", "@type": "Organization" } }, { "@type": "Organization", "@id": "/#organization", "name": "Correio Braziliense", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "/_conteudo/logo_correo-600x60.png", "@id": "/#organizationLogo" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/correiobraziliense", "https://twitter.com/correiobraziliense.com.br", "https://instagram.com/correio.braziliense", "https://www.youtube.com/@correio.braziliense" ], "Point": { "@type": "Point", "telephone": "+556132141100", "Type": "office" } } ] } { "@context": "http://schema.org", "@graph": [{ "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Início", "url": "/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Cidades DF", "url": "/cidades-df/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Politica", "url": "/politica/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Brasil", "url": "/brasil/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Economia", "url": "/economia/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Mundo", "url": "/mundo/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Diversão e Arte", "url": "/diversao-e-arte/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Ciência e Saúde", "url": "/ciencia-e-saude/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Eu Estudante", "url": "/euestudante/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Concursos", "url": "/euestudante/concursos/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Esportes", "url": "/esportes/" } ] } 174a21

Educação y1v3q o que conseguimos conquistar e o que ainda não damos conta de enfrentar
Pensar: desafios na educação

Educação: o que conseguimos conquistar e o que ainda não damos conta de enfrentar 6u6af

Sem continuidade entre governos, com gestões fragmentadas e disputas ideológicas, o Brasil segue sem um plano educacional coeso e estratégico 4p5p5g

Renato CasagrandePresidente do Instituto Casagrande, referência em práticas educativas inovadoras.Pesquisador, palestrante e escritor

Neste 28 de abril, Dia Internacional da Educação, celebramos avanços significativos, mas não podemos silenciar diante das feridas abertas que continuam comprometendo o presente e o futuro da escola brasileira.

Segundo o Censo Escolar 2023, o Brasil atingiu o maior número de matrículas em creches e pré-escolas desde que começou a série histórica. Houve um aumento de mais de 6% nas matrículas em creches públicas, com destaque para os municípios que ampliaram o o a tempo integral. Isso representa um o importante para garantir o direito à educação desde os primeiros anos de vida. A ampliação da oferta é também um indicativo do reconhecimento da importância da primeira infância como base de todo o processo educativo. Com programas como o Compromisso Nacional Criança Alfabetizada e o aumento do acompanhamento individualizado de estudantes nos primeiros anos, muitos estados apontaram melhorias na taxa de alfabetização até o 2º ano.

O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) 2023 revelou um dado animador: os anos iniciais do ensino fundamental apresentaram crescimento em 21 das 27 unidades federativas, com destaque para os estados do Centro-Oeste, como Goiás, que alcançaram os maiores índices nacionais. A melhoria nos resultados está diretamente relacionada a ações de fortalecimento da gestão escolar, formação continuada de professores e políticas focadas em aprendizagem de base. 

É um sinal de que o investimento nos primeiros anos tem gerado impacto real. Dados do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) mostram que houve, em 2023, a retomada de mais de 3 mil obras paradas em escolas públicas, especialmente nas regiões Norte e Nordeste. Entre as melhorias, estão reformas em espaços físicos, construção de creches e escolas, ampliação de salas de aula, banheiros e ibilidade. Além disso, cresceram os investimentos em conectividade, com escolas recebendo internet de alta velocidade, modernização de laboratórios e ambientes pedagógicos mais adequados.

A pandemia impulsionou uma mudança importante: a introdução definitiva das tecnologias no cotidiano escolar. Muitos estados mantiveram plataformas digitais, kits tecnológicos e formação docente em ambientes virtuais, mesmo após o retorno presencial. Programas como o Educar para Conectar e outras iniciativas regionais aram a integrar inclusão digital, inovação metodológica e personalização da aprendizagem, ampliando o repertório pedagógico e a autonomia do estudante.

Por outro lado, o novo ensino médio ainda caminha com indefinição. Faltam clareza, materiais, formação e conexão com a vida real do estudante. Enquanto os anos iniciais do fundamental avançam, o ensino médio estagnou ou recuou, segundo o Ideb 2023. É uma geração em espera, sem direção, sem perspectiva, sem pertencimento. Um ciclo que se inicia sem raízes e que termina sem propósito claro. Mais de 1,5 milhão de crianças e adolescentes estão fora da escola ou com defasagem idade-série. Em regiões mais vulneráveis, faltam livros, bibliotecas, internet e professores formados. A pandemia aprofundou o abismo social, e ainda não conseguimos recuperar os estudantes que ficaram pelo caminho. A educação segue como espelho das desigualdades brasileiras — e, muitas vezes, também como sua amplificadora.

A saúde mental e emocional dos educadores brasileiros entrou em colapso. Mais de 60% relatam sintomas de estresse crônico, segundo pesquisas recentes. Mas o problema não é só emocional, é estrutural. O professor está sobrecarregado, mal-apoiado, pressionado por metas e abandonado pelas políticas públicas. Faltam condições humanas de trabalho: tempo para planejar, turmas menores, apoio psicológico, infraestrutura básica. A inclusão é um ideal bonito no papel. É nobre, justa, necessária. A escola ou a acolher alunos com diferentes deficiências, transtornos e estilos de aprendizagem. Mas o que não se diz com a mesma força é que o professor não foi preparado para essa complexidade. Muitos estão sozinhos diante de situações que exigiriam apoio multiprofissional, formação específica, tempo e estrutura. Na prática, o que vemos é uma inclusão proclamada nos documentos, mas desamparada na realidade. 

Sem continuidade entre governos, com gestões fragmentadas e disputas ideológicas, o Brasil segue sem um plano educacional coeso e estratégico. Não há diretriz clara de longo prazo. Saltamos de programas paliativos, sem construir uma visão de país. Educação exige travessia e não improviso.

 


Mais Lidas 3n625k