O presidente da Argentina, Alberto Fernández, disse que seu país enfrenta dificuldades e espera a ajuda do Brasil neste momento. A declaração foi feita na cerimônia de condecoração do argentino com a Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul, realizada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), nesta segunda-feira (26/6), no Palácio do Itamaraty.
“Nós estamos trabalhando muito, estamos concretizando muito das coisas que nós decidimos fazer. Mas não é fácil, porque vocês têm um amigo com problemas e o que faz alguém que está com problemas? Pede ajuda para os amigos e os amigos sempre estão aí” disse Fernández.
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Mais cedo, Lula recebeu o argentino no Palácio do Planalto — após atraso de mais de duas horas —, onde os dois líderes tiveram uma reunião privada.
Depois, na sede do Ministério das Relações Exteriores, Lula condecorou Fernández com a Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul e a primeira-dama, Fabiola Yáñez, com a Medalha de Rio Branco. Na homenagem, Lula lembrou da relação histórica com a Argentina, a primeira nação que reconheceu a independência brasileira, com 200 anos de relações diplomáticas.
Fernández também ressaltou que Argentina e Brasil são países que devem caminhar juntos e que, sendo duas nações com culturas semelhantes, estão inventando o “portunhol”. O argentino também lembrou que o Brasil foi um dos poucos países que criticaram “a invasão e a usurpação inglesa das ilhas Malvinas”, disse Fernández.
Atualmente, a Argentina é o maior parceiro comercial do Brasil na América do Sul, mas enfrenta uma grave crise econômica, com uma inflação que deve ultraar os 150% este ano e uma seca histórica que afeta a safra agrícola do vizinho. Fernández espera ajuda do “amigo brasileiro” para poder financiar importações de produtos brasileiros.
Do lado brasileiro, Lula tem se empenhado em articular uma proposta que permita ao governo prestar esse apoio aos argentinos e aos exportadores brasileiros que vem perdendo vendas ao vizinho para a China, que tem financiado as compras argentinas de produtos chineses. Além disso, Lula tem defendido uma negociação mais favorável para a Argentina acertar as contas com o Fundo Monetário Internacional.