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Conheça o império do ex-coach</span> </div> </a> </li> <li> <a href="/politica/2024/08/6922734-lula-sobre-silvio-santos-tem-pessoas-que-nao-morrem.html"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2024/08/18/presi_1-39495394.jfif?20240818170558" alt="" width="150" height="100"></amp-img> <div class="words"> <strong>Política</strong> <span>Lula sobre Silvio Santos: ‘Tem pessoas que não morrem’</span> </div> </a> </li> <li> <a href="/mundo/2024/08/6922501-a-candidatura-frustrada-de-silvio-santos-a-presidencia-em-1989-e-suas-outras-aventuras-politicas.html"> <amp-img src="https://midias.em.com.br/_midias/jpg/2024/08/17/56d09d40_5cd0_11ef_99af_d5566bd63bb7-39488118.jpg?20240817165257" alt="" width="150" height="100"></amp-img> <div class="words"> <strong>Política</strong> <span>A candidatura frustrada de Silvio Santos à Presidência em 1989 - e suas outras aventuras políticas</span> </div> </a> </li> <li> <a href="/politica/2024/08/6922475-silvio-santos-ja-tentou-ser-candidato-a-presidencia-da-republica.html"> <amp-img src="https://midias.em.com.br/_midias/jpg/2024/08/17/silvio_santos-39481248.jpg?20240817153821" alt="" width="150" height="100"></amp-img> <div class="words"> <strong>Política</strong> <span>Silvio Santos já tentou ser candidato à Presidência da República</span> </div> </a> </li> <li> <a href="/politica/2024/08/6922472-lula-decreta-luto-de-tres-dias-no-pais-pela-morte-de-silvio-santos.html"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2024/08/17/whatsapp_image_2024_08_17_at_12_58_41-39484815.jpeg?20240817125915" alt="" width="150" height="100"></amp-img> <div class="words"> <strong>Política</strong> <span>Lula decreta luto de três dias no país pela morte de Silvio Santos</span> </div> </a> </li> <li> <a href="/mundo/2024/08/6922468-por-que-elon-musk-fechou-o-x-no-brasil-entenda-a-escalada-da-tensao-entre-o-bilionario-e-alexandre-de-moraes.html"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2024/08/17/184c0980_5cbf_11ef_8cb2_77a538484814-39486773.jpg?20240817222229" alt="" width="150" height="100"></amp-img> <div class="words"> <strong>Política</strong> <span>Por que Elon Musk fechou o X no Brasil? 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Livro esmiúça 'primeiro golpe' do Brasil 30ej liderado por D. Pedro
História

Livro esmiúça 'primeiro golpe' do Brasil, liderado por D. Pedro 133m5m

Segundo o jornalista e escritor Ricardo Lessa, D. Pedro I "estava longe de ser a figura ideal de libertador, como algumas correntes históricas o definem 5t6y2l

Nas salas de aula, quando se fala em golpes de Estado no Brasil, os atos de 1930, que levaram Getulio Vargas ao poder, e os de 1964, com o início dos governos militares, são sempre os mais lembrados. No entanto, o jornalista e escritor Ricardo Lessa volta ao início do século XIX para contar sobre o processo conturbado da independência do Brasil e a primeira Assembleia Nacional Constituinte, que culminaram no que ele defende ser o "primeiro golpe" do país.

"É um golpe militar que, na época, foi caracterizado assim, inclusive por alguns monarquistas. Um golpe violento, tal como eu cito no livro, e ele abre uma história de golpes militares", afirma Lessa ao Correio Braziliense, em referência ao recém-lançado O primeiro golpe do Brasil. O jornalista foi apresentador do programa Roda Viva, na TV Cultura, além de ter ado por redações de alguns dos veículos de imprensa do país, como o Correio.

Após a independência do Brasil, em 7 de setembro de 1822, uma série de episódios tomaram conta dos bastidores do alto escalão da monarquia brasileira. Com o retorno de D. João VI a Portugal, o filho mais velho, D. Pedro I, decidiu ficar no país para manter o legado do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, que antecedeu o período do Império brasileiro.

Com o Brasil independente e Pedro de Bragança no trono, era necessário formar uma constituição para o novo país. Uma primeira assembleia constituinte foi convocada para maio de 1823, motivada por ideias liberais que pretendiam alinhar o Brasil com os novos países que surgiram na América desde o fim do século XVIII. Apesar disso, lembra Lessa, a assembleia foi dissolvida pelo imperador, que perseguiu republicanos, promoveu censura aos meios de imprensa e alimentou-se do escravismo, como trata o autor, em sua obra.

No ano seguinte, o próprio monarca liderou uma nova assembleia constituinte que culminou na Carta Magna de 1824, outorgada, e a primeira do país, que vigorou até o fim do Império, em 1899. "D. Pedro I fez uma constituição outorgada em que ele estava acima da Lei. Então, isso é uma contradição, em termos de você ter um rei acima da Constituição. As constituições foram inventadas para submeter os reis. A gente está cercado de repúblicas por todos os lados e ficamos sendo uma monarquia escravista no ocidente, enquanto não havia mais isso no mundo", frisa Lessa.

Joana Antonaccio/Divulgação - Autor de O primeiro golpe do Brasil, Ricardo Lessa

O jornalista faz uma comparação do ocorrido em 1823, no Brasil, com o que se ou anos antes, na França, com Napoleão Bonaparte. O déspota francês destituiu o Diretório da Revolução e substituiu-o por um consulado, no que ficou conhecido como o "Golpe do 18 Brumário". "Isso é conhecido como 'coup d'etat' na França e, aqui, nós chamamos de golpe de Estado. Houve o fechamento de um órgão constitucional pela força das armas. Isso é um golpe militar no dicionário de política que todo mundo segue", acrescenta o autor.

No livro, ele também desmistifica a figura heroica do primeiro imperador do Brasil. Na sua visão, D. Pedro I estava longe de ser o ideal de libertador, como algumas correntes históricas o definem. "A monarquia é do gosto de quem quer o despotismo. Quem quer governar acima das leis, que foi o que Dom Pedro I fez. Porque a Constituição que ele outorgou não era igual à que estava sendo discutida e que foi apresentada a ele em setembro", sugere Lessa.

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Com o avanço do autoritarismo em países de diferentes continentes ao redor do mundo, como Venezuela, Coreia do Norte e Nicarágua, a definição de déspota pode ser atualizada para os tempos modernos. Na visão de Lessa, o sonho dos déspotas é o governo de um homem só, como está subentendido na formação da palavra "monarquia", que vem da junção do prefixo "mono" e significa "um" com o termo grego "arquia", que indica "chefia".

"Os déspotas modernos não têm uma raiz de família como era na Idade Média, quando a Igreja abençoava uma família, como os Habsburgo ou os Bragança. Eram famílias aristocráticas que tinham o poder divino de governar grandes territórios, só que o 'trem da história' tirou o poder dessas famílias", sustenta o jornalista. "O que você tem hoje é o ressurgimento de déspotas, que querem submeter o Legislativo e o Judiciário, que são bases para a República, às suas vontades", completa.

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