Por Amanda S. Feitoza — Em entrevista à jornalista Mônica Bergamo, nesta terça-feira (22/4), a primeira-dama Janja da Silva se emocionou ao comentar a morte do papa Francisco, ocorrida em 21 de abril. Visivelmente comovida, Janja destacou a importância espiritual do pontífice, além de compartilhar memórias pessoais ligadas à trajetória.
"Hoje de manhã rezamos pela memória do papa Francisco, e eu já comecei a chorar pensando no quanto ele vai fazer falta para o mundo, sabe? Porque ele não era só um guia espiritual, um líder da Igreja Católica. Ele era um líder mundial”, declarou.
Janja relembrou o primeiro contato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o papa, quando estava preso, logo após a morte do neto Arthur. Segundo ela, pouco tempo depois, Lula recebeu uma carta de solidariedade escrita pelo próprio Francisco. “A gente sempre tem que relembrar dessas palavras de carinho e conforto”, afirmou.
Outro momento marcante citado por Janja foi durante a pandemia de covid-19. Ela mencionou a imagem do papa caminhando sozinho pela Praça São Pedro, no Vaticano, para celebrar uma missa em meio ao vazio e ao silêncio. "Para mim, essa é uma das imagens mais impactantes. Talvez porque minha mãe morreu de covid. Ele estava sozinho fisicamente, mas milhares de pessoas estavam em oração com ele naquele momento”, relembrou, com a voz embargada. “Minha mãe agonizou numa cama de hospital antes de ser entubada, e mesmo depois de sair do tubo…”, completou, emocionada.
Ela conta que se afastou das redes sociais ao perceber o aumento do discurso de ódio contra o papa Francisco. Questionada sobre a expectativa para o próximo pontífice, disse torcer para que seja alguém que siga o legado deixado por Francisco. "Alguém que lidere a Igreja pelos pobres, por um mundo mais solidário e sem guerras", declarou.
Janja e o presidente Lula devem comparecer ao funeral do papa, 26/4. Ela acredita que será uma despedida “bonita, muito simples, do jeitinho que ele queria”.
Durante a entrevista, Janja mostrou a carta que Francisco enviou a Lula enquanto ele ainda estava preso. Segundo ela, em um momento de desesperança, as palavras do papa serviram como um alicerce essencial para o presidente.
Após as eleições de 2022, o casal se encontrou com o pontífice duas vezes. Janja afirma que, nesses momentos, era visível a afetuosidade entre eles. “Havia respeito, carinho e uma amizade construída por trilharem o mesmo caminho: o da justiça social, da solidariedade, da igualdade e do combate à fome”, completou.
O primeiro encontro aconteceu em 2023, no Vaticano. O segundo foi em junho de 2024, durante a reunião do G7, na Itália. Nesta ocasião, Janja encontrou o Papa sozinha.
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A primeira-dama também afirmou que se inspira nos ensinamentos do Papa Francisco para buscar ser uma pessoa mais paciente, tranquila e compreensiva.
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