
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou nesta quinta-feira (29/5), dirigindo-se ao ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, que é preciso “fazer o que nós prometemos” para o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
A fala ocorreu durante a entrega de um assentamento ao movimento em Ortigueira, Paraná. Teixeira é alvo de críticas do MST pela falta de entregas em relação à reforma agrária, e o movimento pede a demissão do ministro.
“Nós temos que fazer o que prometemos. Se não for possível, com a mesma verdade que a gente prometeu, a gente diz que não dá para fazer. Nós vamos dizer na cara que não dá para fazer, porque as pessoas também compreendem”, discursou o presidente, citando Teixeira.
Lula disse ainda que fará um “esforço muito grande” para entregar as promessas feitas ao MST. O movimento pede, especialmente, o assentamento das famílias que ainda estão em acampamentos irregulares.
O chefe do Executivo também citou que a máquina pública como um todo costuma negar os pedidos que recebe da população, e que deveria, na verdade, encontrar formas de entregar os pedidos, e se desculpar se o pedido for impossível.
“É isso, Paulinho, que eu quero que a gente faça no Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). Em vez de a gente ter alguém para dizer não, alguém dizer: ‘eu vou tentar encontrar uma solução. Se for fácil, eu faço. Se for difícil, eu faço. Se eu não puder fazer, eu eco desculpas a vocês’. Porque aí as pessoas am a respeitar mais as coisas que acontecem na nossa relação pessoal”, acrescentou Lula.
MST diz que governo não entregou promessas
O MST argumenta que o ministério não avançou para assentar 65 mil famílias até o fim do ano, uma demanda do movimento. Também critica a promessa feita pelo governo de assentar 20 mil famílias em 2025. Além disso, contesta números divulgados pela pasta, no ano ado.
O MDA afirma que mais de 70 mil famílias foram assentadas no ano ado. O MST, porém, diz que esse número corresponde a famílias que já estavam assentadas, mas que foram regularizadas. No início do ano, o movimento chegou a denunciar a “paralisação” das ações de reforma agrária pelo governo. A pasta nega as afirmações.
Em seu discurso, Lula saiu em defesa do MST, e disse que o governo tem “a obrigação moral” de combater a ideia de que os sem terra são invasores de terras produtivas.
“Nós temos a obrigação moral, ética, e política de ver o que a gente viu aqui e ter coragem de debater com aqueles que são contra o Movimento Sem Terra, contra a reforma agrária. Aqueles que não conhecem o sacrifício, e tentam vender a imagem de que vocês são invasores de terra”, frisou o presidente.
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Lula assinou o ato de criação do Assentamento Maila Sabrina, no Paraná, que vai beneficiar cerca de 450 famílias. Ele também destinou R$ 1,3 milhão do Crédito Instalação Fomento Mulher para o Assentamento Eli Vive e assinou contrato do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) para o Assentamento Eli Vive.
Foi assinado ainda um acordo entre a Itaipu Binacional e o Ministério do Desenvolvimento Agrário para a compra de alimentos destinados ao Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), voltado à agricultura familiar.