
Um dia depois de a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) dizer, na terça-feira (4/6), que seria “intocável” pelas autoridades brasileiras se fosse à Itália, um deputado italiano de oposição veio a público pedir a extradição da congressista. Angelo Bonelli contatou o governo da Itália para perguntar se há intenção de colaborar com o Brasil.
“Eu acho que essa declaração é uma vergonha. Hoje apresentei uma pergunta urgente ao governo italiano, ao ministro do Interior (Matteo) Piantedosi e ao ministro (Antonio) Tajani, das Relações Exteriores, para saber se o governo italiano pretende colaborar com o Brasil e a Interpol implementando o acordo de cooperação judiciária entre Itália e Brasil em matéria de extradição”, afirmou.
Assista o vídeo:
????????Ex-deputada brasiliana Zambelli, condannata a 10 anni di prigione fugge dal Brasile e arriverà in Italia perché ha ottenuto la cittadinanza.
— Angelo Bonelli (@AngeloBonelli1) June 4, 2025
????????Ex-deputada brasileira Zambelli, condenada a 10 anos de prisão, foge do Brasil e chegará à Itália porque obteve cidadania. pic.twitter.com/SmeKt4VZEh
Para Angelo Bonelli, há risco de que criminosos utilizem a cidadania italiana para fugir da Justiça. “Não se pode usar a cidadania italiana para escapar de uma condenação. A Itália corre o risco de se tornar um paraíso para gente condenada. Aguardamos uma resposta clara por parte do governo italiano sobre se pretende extraditar Carla Zambelli para o Brasil”, pontuou.
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Brasil e Itália têm um tratado de extradição desde 1993. Em teoria, pelas regras do tratado, os dois países são obrigados a entregar criminosos procurados, mas há uma exceção no caso daqueles com dupla cidadania, como é o caso de Carla Zambelli. Nesses casos, não há obrigação de extradição, mas o país que se recusar a entregar o criminoso deve levar o caso à Justiça local.
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