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Fita de papel acusa se carne está estragada

Correio Braziliense
postado em 12/12/2022 06:00
 (crédito: Arquivo pessoal )
(crédito: Arquivo pessoal )

A putrescina é a molécula responsável pelo odor característico da carne podre. Porém, essa substância não faz mal somente ao nariz. Quando consumida em excesso, pode causar dor de cabeça, diarreia, vômitos e palpitações cardíacas. Um grupo de pesquisadores da Concordia University, no Canadá, desenvolveu um sensor que indica a presença da toxina. A expectativa é de que o dispositivo otimize práticas de segurança alimentar desde os processos de produção até a mesa dos consumidores.

"Queríamos fazer um dispositivo que qualquer pessoa pudesse usar, que fosse descartável e não contivesse materiais tóxicos", conta Alaa Selim, autora principal do artigo que apresenta a tecnologia, apresentada na revista Applied Bio Materials. Para isso, a equipe usou uma proteína encontrada na natureza. Eles descobriram que a bactéria Escherichia coli produz a PuuR, que poderia ser usada para indicar a presença de putrescina.

Primeiro, a equipe fez testes em laboratório. A putrescina foi adicionada a um sistema livre de células que estava produzindo a Puur, e a solução colocada em um pedaço de papel com o biossensor. ada uma hora, os pesquisadores descobriram que o dispositivo detectou a presença de putrescina. Quatro horas depois, os resultados indicaram que a leitura era altamente precisa.

A equipe, então, começou a testar o sensor em carnes bovinas. Eles compararam os resultados em pedaços do alimento em temperatura ambiente e refrigerados no freezer e na geladeira. As amostras conservadas no freezer e na geladeira apresentaram níveis baixíssimos de putrescina, enquanto os alimentos que foram deixados de fora tiveram altas concentrações da toxina, mostrou o dispositivo. Um exame de cromatografia — processo em laboratório que separa e identifica componentes de uma mistura — confirmou o estado dos alimentos.

Ainda não há previsão de quando a solução chegará ao mercado, mas a equipe está otimista e projeta, inclusive, outras aplicabilidades. "Como amostragem ambiental de contaminação por metais pesados e no diagnóstico do câncer e outras doenças", ilustra Steve Shih.

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