O show inaugural, que celebra e inclui músicas do disco “Boca Cheia de Frutas”, lançado em maio de 2024, pela gravadora Som Livre, foi no palco do Vivo Rio, casa de eventos localizada no Aterro do Flamengo, no Rio de Janeiro.
A turnê percorrerá o Brasil até dezembro com o João Bosco Quinteto. As apresentações trazem faixas do novo disco, entre eles â??Canto da Terra por Um Fioâ?, uma das parcerias do álbum com o filho Francisco Bosco, que também é o responsável pela direção musical e concepção do show.
O espetáculo inclui clássicos do repertório de João Bosco, em especial aqueles da consagrada parceria com o letrista Aldir Blanc (1946 - 2020), como “O Bêbado e a Equilibrista” e “O Ronco da Cuíca”.
Acompanham João Bosco na turnê os músicos Ricardo Silveira (guitarra), Guto Wirtti (baixo), Kiko Freitas (bateria) e Cristóvão Bastos (teclados e arranjos).
João Bosco de Freitas Mucci nasceu em 13/07/1946 na cidade de Ponte Nova, localizada na zona da mata de Minas Gerais.
Irmão do também músico Tunai (foto) morto em 2020, João Bosco começou a tocar violão aos 12 anos. Com o instrumento, ele construiria um estilo único, inconfundível.
Na juventude, as influências de João Bosco eram astros da música internacional, como Elvis Presley e Ray Charles.
No período, ele integrou um grupo local chamado X-Gare, nome extraído da canção “She’s got it”, do cantor e pianista Little Richards.
Enquanto cursava engenharia civil em Ouro Preto, ele conheceu Vinícius de Moraes, na casa do artista Carlos Scliar. Com o poeta e letrista ele firmou as suas primeiras parcerias, mas elas nunca saíram em disco.
João Bosco conheceu Aldir Blanc, parceiro mais marcante de sua carreira, em 1970. Do trabalho da dupla nasceria uma multiplicidade de composições famosas.
A primeira gravação da dupla João Bosco e Aldir Blanc foi “Agnus Sei”, em disco de bolso de 1972 do semanário “Pasquim”, em single duplo que tinha “Águas de Março”, de Tom Jobim, do lado A. O artista considera esse o marco zero da sua carreira.
Nos anos 1970, a carreira de João Bosco ganhou outro patamar, especialmente a partir do momento em que composições suas com Aldir Blanc foram gravadas por Elis Regina.
Ela eternizou canções como “O Bêbado e o Equilibrista”, que tornou-se um hino da anistia política nos anos finais da ditadura militar, “Bala com Bala” e “Mestre-Sala dos Mares”.
“Elis nos colocou no mapa da música popular brasileira. Ela nos tornou conhecidos não só no Brasil, mas internacionalmente”, declarou João Bosco em entrevista à revista “Cult”, em março de 2025.
Em 1974, João Bosco lançou o LP “Caça à Raposa”, em que as 12 faixas são parcerias com Aldir Blanc. Entre as canções mais conhecidas desse álbum estão “Kid Cavaquinho” e “De Frente pro Crime”.
“Tiro de Misericórdia” e “Linha de e” foram os discos seguintes gravados por João Bosco. No último, além de Aldir Blanc há parcerias com Paulo Emílio, que aparecia com frequência nos álbuns seguintes.
Nas décadas seguintes, João Bosco seguiria com carreira bem-sucedida, não só nacionalmente como também no exterior. Ele lançou mais de duas dezenas de discos desde então.
João Bosco gravou parcerias com outros nomes da música brasileira, como com Chico Buarque (“Mano a Mano” e “Sinhá”).
João Bosco é casado com a artista plástica Angela Mucci Bosco desde 1973. Eles têm dois filhos, o filósofo, ensaísta e compositor Francisco Bosco, 48, e a cantora e empresária Julia Bosco, 45.